Rio de Janeiro

Acusada da morte do filho pode ir para presídio federal

Acusada de homicídio duplamente qualificado pelo Ministério Público,  Monique Medeiros, mãe do menino Henry, pode ser transferida para um presídio federal.

O pedido foi feito por Leniel Borel, pai do menino Henry, à juíza da 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, alegando que “acertada a possibilidade de, em caso de eventual e sério risco à segurança da denunciada, que fosse esta transferida para um estabelecimento penitenciário federal, onde se vislumbra maior segurança dos detentos”, disse o advogado Cristiano Medina da Rocha, na petição.

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Morte do menino Henry

Segundo as investigações da Polícia Civil, o padrasto de Henry, Dr. Jairinho, ex-vereador do Rio de Janeiro, agredia o menino com chutes e pancadas na cabeça. Atitude que era de convencia de Monique Medeiros, mãe da criança. No dia 8 de março de 2021, o menino de 5 anos deu entrada em um hospital na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, já morto. O laudo médico apontou que a criança teve hemorragia interna e “laceração hepática, provocada por ação contundente”, e que o corpo da criança apresentava equimoses, hematomas, edemas e contusões que indicam traumas anteriores à morte.

A mãe da criança, Monique Medeiros e o Dr. Jairinho e foram presos viraram réus por homicídio triplamente qualificado, com tortura, sem direito de defesa da vítima e por motivo torpe.

Ato contra a soltura de acusada de matar o menino Henry Borel

O pai e a avó do menino Henry, Leniel e Noêmia Camargo, estiveram em um ato organizado por movimentos sociais em protesto a decisão da Justiça de dar liberdade provisória à Monique Medeiros, acusada da participação na morte do próprio filho.

O encontro aconteceu na Cinelândia na manhã de segunda-feira (11), e seguiu até o Tribunal de Justiça do Rio. Várias integrantes de movimento sociais e ONGs ligadas à casos ao enfrentamento à violência e alienação parental – como o NAVV, Avós Afastados dos Netos, ANFIPA, ComCausa, entre outros -, participaram da caminhada junto D. Noêmia e Leniel que afirmou não aceitar a soltura da ex-esposa e questionou quais os precedentes para o cumprimento de prisão domiciliar, já que a acusada não apresentou provas de que estaria sendo coagida na prisão.

“Qual é a prerrogativa que a Monique tem diferente de qualquer mãe que está aqui? (…) Não tem justificativa para Monique estar solta, para Monique estar em prisão domiciliar, assim como não tem para o Jairo. Será que isso aí é uma previsão para soltarem Jairo? Nós estamos aqui lutando por justiça. Monique tem que ficar presa, muito presa, e Jairo também. (…) A juíza unilateralmente bota a Monique em prisão domiciliar por uma coisa que nem provada foi? Qual é a prova que tem que a Monique sofreu qualquer tipo de coação na cadeia? Monique saiu pela porta da frente sorrindo e sem nenhum arranhão. Tinham outras presas lá para receber a tornozeleira, e a Monique passou na frente de todo mundo”.

O pai de Henry também relembrou que, até o momento, a morte do menino não foi totalmente solucionada. “O quê que aconteceu com o Henry Borel? Quem matou meu filho? Foi Monique? Foi Jairo? Foram os dois? Foi Monique que segurou e Jairo executou ou vice-versa? Até agora não sabemos. Monique ficou 12 horas em depoimento, e a única coisa que ela falou, de uma forma muito dissimulada, em frente da juíza, para o Brasil inteiro, que só três pessoas poderiam falar o que aconteceu com Henry: Deus, Henry e Jairo. Quer dizer, ela estava no apartamento, ela estava do lado, como que ela não sabia o que aconteceu com o Henry?”.

Recurso do Ministério Público do Rio de Janeiro

No dia 8 de abril, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) já havia entrado com um recurso pedindo que a acusada retornasse à prisão. Segundo o documento, Monique se envolveu em postagens veiculadas em suas redes sociais, mesmo após o juízo ter decretado que uma das condições para a soltura dela seria a proibição de publicações, “quaisquer que sejam elas”, sob pena de restabelecimento da ordem prisional.

Soltura de Monique

A juíza Elizabeth Machado Louro converteu a prisão preventiva em domiciliar e Monique deixou a cadeia por volta de 21h30 do dia 5 de abril.  Ficou determinado que a acusada deve fazer uso de tornozeleira eletrônica “em residência distinta daquelas já utilizadas, onde o endereço deverá permanecer em sigilo e acautelado em cartório”. Em um trecho do documento, assinado pela magistrada, ela pede que a ré, enquanto perdurar a monitoração, não fale com terceiros – com exceção apenas de familiares e integrantes de sua defesa.

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa