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Bullying: Varias ameaças as escolas em poucos dias

A poucos dias da lembrança do maior atentado a uma escola, no Colégio Municipal Tasso da Silveira em 2011, o Brasil registrou vários casos de planejamentos ou ataques de jovens.

Nesta semana, o Brasil teve mais um ataque letal na Escola Estadual Thomazia Montoro, no bairro Vila Sônia, em São Paulo. Um adolescente de 13 anos matou quatro professoras e um aluno com uma fana na manhã de segunda-feira, dia 27 de março. A professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, teve uma parada cardíaca e morreu no Hospital Universitário da USP e faleceu.

No dia seguinte, terça-feira dia 28 de março, um adolescente, de 15 anos tentou um ataque com faca na Escola Municipal Manoel Cícero, na Gávea, zona sul do Rio. O jovem foi imobilizado por funcionários do colégio e acabou se ferindo na cabeça, sem gravidade. Policiais militares levaram para a delegacia de polícia que apurou que o adolescente estaria ressentido após uma suposta desilusão amorosa. Entretanto, existe a suspeita de envolvimento do adolescente com fóruns de promoção da violência na internet. Além do agressor, uma menina, que seria o alvo do agressor, foi ferida levemente.

Ataques impedidos pela polícia

Na semana anterior ao ataque a Escola Estadual Thomazia Montoro, a Interpol polícia internacional deu um alerta para sobre um novo ataque. Foi identificado a partir de rastreamento na deep web – a parte da internet que não pode ser encontrada por ferramentas de busca comuns -, e a Polícia Federal foi acionada e descobriu que um menor de 17 anos planejava um ataque à escola no Rio. Os agentes da Polícia Federal chegaram a ir à unidade de ensino do menino. No entanto, os investigadores federais descobriram que ele era menor de idade e, por isso, o caso foi transferido para a Delegacia de Proteção ao Adolescente (DPCA) e ele foi apreendido na sexta-feira (24). O jovem exibia suásticas e fazia e saudação nazista em vídeos nas redes de internet.

Já na sexta, dia 31 março, a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) cumpriu mandados de busca e apreensão em uma operação contra um possível ataque a outra escola no Rio de Janeiro. O celular de uma adolescente, de onde, segundo a polícia, partiram as ameaças, foi apreendido e tinha mensagens com menção a ataques em escolas de educação infantil e informações de que seriam adotados todos os cuidados para que o plano não fracassasse. Após a apreensão, a adolescente admitiu, em depoimento, que pensava em matar seus colegas e se suicidar logo depois. A jovem aparentemente tem problemas de relacionamento na escola, é órfã de mãe e é vítima de bullying. O Conselho Tutelar e a Secretaria Municipal de Educação foram acionados para dar apoio psicológico à adolescente.

Aumento dos casos nos últimos anos

O relatório para a transição do governo federal, entregue em dezembro passado, o Brasil teve 16 ataques à escola no Brasil desde o início do ano 2000, quatro deles no segundo semestre do ano passado. Além das 35 mortes, foram 72 feridos. Sendo que 12 destes ataques, foram com armas de fogo.

O mesmo documento aponta que a alta de casos de violência em escolas ao “processo de cooptação pela extrema direita” em “interações virtuais, em que o adolescente ou jovem é exposto com frequência ao conteúdo extremista difundido em aplicativos de mensagens, jogos, fóruns de discussão e redes sociais”.

Perfil dos agressores

A maioria dos ataques a escolas é feita por ex-alunos ou alunos, com gosto por violência, com histórico psiquiátrico, majoritariamente homens brancos, machistas e misóginos. Também são jovens com relações restritas e sem perspectivas de futuro.

Motivos

Os motivos para esses ataques são diversos e incluem bullying, problemas psicológicos, vingança, radicalização, entre outros.

Pior caso registrado

O caso com o maior número de vítimas ocorreu em 7 de abril de 2011, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. O atirador, identificado como Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, invadiu a escola armado com dois revólveres e disparou contra alunos, deixando 12 mortos e 13 feridos.

Wellington Menezes de Oliveira era ex-aluno da escola e havia sido expulso anos antes. Ele deixou uma carta de despedida, onde relatou ter sofrido bullying na escola e justificou sua ação como uma forma de vingança. O ataque chocou o país e levantou discussões sobre o bullying, a segurança nas escolas e o controle do acesso a armas de fogo. A tragédia também mobilizou esforços para melhorar a saúde mental dos estudantes e prevenir a violência escolar.

O atirador foi morto pela polícia durante a ação. O episódio foi um dos mais graves casos de violência em escolas no Brasil e teve grande repercussão na mídia nacional e internacional.

Ataque na escola Thomazia Montoro

Memória: Ataque na Escola Raul Brasil de Suzano

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa