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Memória: Camilo Torres o padre guerrilheiro

No dia 03 de fevereiro nascia Camilo Torres, pioneiro da Teologia da Libertação, foi padre católico na Colômbia, co-fundador da primeira Faculdade de Sociologia da América Latina e membro do grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN). Para Camilo o cristianismo tinha que pregar uma sociedade mais justa e igualitária, com isso ele promoveu diálogo e o sincretismo entre Marxismo e Catolicismo.

Em Bogotá estudou Alemão e conheceu os padre Dominicanos que foi a inspiração dele para se interessar por questões de pobreza e injustiça social. Em 1954 foi ordenado padre e viajou para Bélgica para estudar sociologia. Durante sua estadia na Europa, travou contato com a Democracia Cristã, com o movimento sindical cristão e com grupos de resistência argelina em Paris, fatores que o levaram a se aproximar da causa dos oprimidos. Na França, teve contato com o padre Abbé Pierre

Fundou, com um grupo de estudantes colombianos da universidade, o ECISE (Equipe Colombiana de Investigação Socioeconômica) e o Movimento Universitário de Promoção Comunal (MUNIPROC), onde desenvolveu trabalhos de investigação e de ação social em bairros populares. Isso resultou na elaboração de um estudo sobre “A proletarização de Bogotá”, que foi uma obra pioneira na sociologia urbana da América Latina. Outro aspecto do pensamento de Camilo era procurar vincular a doutrina social da igreja com a busca de um ‘amor eficaz’.

Em 1959, retornou a Bogotá e foi nomeado capelão da Universidade Nacional. Desde 1960 na Universidade Nacional, junto com Orlando Fals Borda, Darío Botero e outras personalidades, fundou a Faculdade de Sociologia, à que esteve vinculado como professor, até que o Cardeal Concha Córdoba não aprovou seu labor e destituiu a ele como capelão, e das atividades acadêmicas da Universidade. Pelo que em 1965 abandonou o sacerdócio e dedicou-se completamente à atividade política revolucionária. Nessa época Camilo ajudou a fundar as “Juntas de Ação Comunitária”, que hoje são um movimento efetivo da organização e administração cidadãs em bairros populares em toda a Colômbia.

Após constituir a Frente Unida do Povo, em 1965, organização que convocou importantes manifestações e atos, contatou o Exército de Liberação Nacional com quem acordou a continuação da agitação política nas cidades, e seu posterior ingresso na organização.

Em 15 de fevereiro de 1966, Camilo Torres morreu em se primeiro combate combate com a força pública, em Patio Cemento, Santander (Colômbia). O seu corpo foi enterrado em um lugar secreto, a fim de não dar um lugar de culta a figura do padre guerrilheiro.

No início de 2016, o ELN, através da sua conta no Twitter, pediu ao governo a entrega dos restos mortais de Camilo, como um “gesto” para o início dos diálogos de paz, e à Igreja Católica que restituísse simbolicamente seu estado sacerdotal.[5]

Apenas 17 dias depois do pedido, foi revelado o lugar onde Camilo fora enterrado. Dario de Jesús Monsalve, Arcebispo de Cali, que faz parte de uma comissão eclesiástica autorizada a mediar com o ELN, declarou que a recuperação dos restos mortais de Camilo Torres é um sinal de reconciliação.

O bispo Luís Augusto Castro, presidente da Conferência Episcopal Colombiana, disse que iria estudar a questão da restituição do status sacerdotal.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa