Celebração do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e de Tereza de Benguela
No dia 25 de julho, às 15 horas, a Universidade Estácio de Sá de Vilar dos Teles, em São João de Meriti, sediará um evento especial em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e ao Dia de Tereza de Benguela.
O evento destacará a história e a resistência de Tereza de Benguela, uma líder quilombola que, no século XVIII, se tornou um símbolo de resistência contra a escravidão no Brasil. Tereza liderou o Quilombo de Quariterê, localizado no atual estado de Mato Grosso, e, sob sua liderança, o quilombo prosperou por cerca de duas décadas, resistindo bravamente às investidas das forças coloniais.
Além de homenagear Tereza de Benguela, a celebração também trará à tona as histórias de vida e luta de mulheres negras contemporâneas que têm sido fundamentais na luta contra o racismo e a violência de gênero. Entre as homenageadas estão Glória Regina, uma figura emblemática do movimento negro, conhecida por sua dedicação e liderança em causas sociais, e Zeelândia Cândido, que sempre defendeu os ideais de seu pai, o marinheiro João Cândido, conhecido como líder do maior levante contra as injustiças praticadas pela Marinha de Guerra contra os marujos negros.
Segundo Adriano Dias da ComCausa: “A realização desse evento em São João de Meriti é particularmente significativa, dada a história da cidade e a importância da valorização da cultura afro-brasileira na região. A celebração do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e de Tereza de Benguela não é apenas um momento de homenagem, mas também um chamado à ação para continuar a luta por uma sociedade mais justa e igualitária”.
Este encontro, que ocorrerá no dia 25 de julho, às 15 horas, na Universidade Estácio de Sá de Vilar dos Teles, em São João de Meriti, Av. Automóvel Clube, 2.384, visa celebrar e refletir sobre a trajetória de luta contra o racismo e a violência de gênero e raça, homenageando figuras inspiradoras do movimento negro.
Semana com debate sobre racismo e em celebração da Campanha “Jovem Fica Vivo”
A Campanha “Jovem Fica Vivo” tem como objetivo fomentar uma cultura de paz, evidenciar as virtudes da juventude e refletir sobre as raízes da violência. Com uma trajetória de dez anos, a campanha da ComCausa buscará alinhar suas ações às políticas nacionais voltadas para a promoção e proteção da juventude, com um enfoque especial nos jovens negros.
Em agosto, a ComCausa estará em Brasília para estabelecer um diálogo com o parlamento e os ministérios da Igualdade Racial, Povos Indígenas, Direitos Humanos e Cidadania, da Cultura, da Mulher e Secretaria Nacional de Juventude. O objetivo é integrar suas ações às diretrizes governamentais, como o Brasil Sem Misoginia e o Plano Juventude Negra Viva (PJNV), que visa a redução das vulnerabilidades que afetam a juventude negra brasileira e a violência letal alicerçada no racismo estrutural.
No decorrer desta semana, a ComCausa promoverá ou participará de uma série de atividades que têm como temática o enfrentamento ao racismo e o reconhecimento da importância da população negra para a construção do Brasil enquanto nação.
Lançamento do álbum “PERPÉTUO” do Black Pantera no Rio
Na sexta-feira, 26 de julho, a partir das 20h, ocorrerá o show de lançamento do álbum “PERPÉTUO” da banda Black Pantera, com as bandas convidadas Pavio, Simetria Zero e Facing Fear. A produção é da da Tomarock Produções e será realizada na Heavy Beer, localizada na Rua Ceará, 104, Praça da Bandeira. No encontro, a ComCausa distribuirá material sobre “O que fazer após sofrer racismo ou intolerância religiosa” e lançará uma página de internet > Saiba mais aqui!
Lavagem do Cais do Valongo
No dia 27 de julho, a Praça Mauá, um dos mais importantes locais históricos do Brasil, localizada na região portuária do Rio de Janeiro, será o cenário da 13ª edição da Lavagem do Cais do Valongo. O evento, que ocorre neste sábado, celebra anualmente o reconhecimento do Cais do Valongo como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, um título que destaca sua importância histórica e cultural > Saiba mais aqui!
Momento devocional e encontro sobre racismo e tolerância religiosa
Também no dia 27 de julho, na Capela São Mateus, a Pastoral Afro realizará um momento devocional às 14h30, seguido por um encontro promovido pela ComCausa às 15h30. Serão abordados temas como a importância do tombamento do Cais do Valongo e o legado de José Maria Pires, o “Dom Zumbi”. A preparação para a Missa Inculturada Afro Católica começará às 17h50, com encerramento das atividades do dia às 19h30, quando haverá uma homenagem da Câmara de Vereadores de Nilópolis à Pastoral Afro > Saiba mais aqui!
Marcha Estadual das Mulheres Negras
No domingo, 28 de julho, às 10h, a ComCausa estará presente na Marcha Estadual das Mulheres Negras, realizada pelo Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no Estado do Rio de Janeiro (Sisejufe). A concentração será no Posto 3 da Orla de Copacabana. Este evento prepara o caminho para a Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, que ocorrerá em novembro de 2025 em Brasília, onde se espera reunir um milhão de mulheres negras > Saiba mais aqui!
Negros e jovens continuam sendo principais vítimas de violência letal no Brasil
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023 revelou que a população negra é desproporcionalmente afetada pela violência letal no Brasil. A estatística indica que 77,8% das vítimas de homicídio doloso, 61% das vítimas de latrocínio, 74% das vítimas de lesão corporal seguida de morte e 73% das mortes resultantes de intervenção policial são negras.
Esses números são desproporcionais em relação à composição racial da população brasileira, onde negros (pretos e pardos) representam 55%. Em 2023, o país registrou mais de 46 mil mortes violentas intencionais, uma redução em comparação ao ano anterior, mas ainda enfrenta desafios significativos devido às disputas do crime organizado e à letalidade policial.
“Os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública são um lembrete alarmante da desigualdade racial persistente no Brasil. A alta taxa de violência letal contra a população negra reflete uma realidade de injustiça que precisa ser urgentemente abordada. Precisamos intensificar nossos esforços para garantir a proteção e a justiça para todos, especialmente para aqueles que mais sofrem com a violência. É hora de transformar esses números em ação concreta e efetiva.” — Adriano Dias, da ComCausa.
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Negros continuam sendo principais vítimas de violência letal no Brasil