Nelson Mandela, líder proeminente do movimento antiapartheid na África do Sul, foi libertado após quase três décadas de detenção. Em 11 de fevereiro de 1990, aos 71 anos, ele deixou a prisão-fazenda de Victor Verster, localizada a 60 quilômetros da Cidade do Cabo. Mandela foi capturado em 1962 enquanto liderava uma guerrilha armada contra o regime de minoria branca e, dois anos depois, foi condenado à prisão perpétua por sabotagem e traição.
O apartheid, política oficial de segregação racial, foi estabelecido pelo governo do Partido Nacional em 1948 na África do Sul. Ao longo dos anos, o país enfrentou embargos e sanções econômicas da ONU e viveu conflitos internos intensos entre brancos e negros. Na década de 1980, várias leis racistas foram revogadas, concedendo à população negra direitos civis básicos, como acesso a praias, ônibus e piscinas públicas, além do direito de votar nas eleições municipais. No entanto, o sistema de discriminação racial persistiu.
A libertação de Nelson Mandela, considerado o mais emblemático prisioneiro político do mundo, representou um momento histórico e marcou o início de uma nova era para a África do Sul. Dois anos mais tarde, um referendo conduzido pela população branca do país apoiou reformas em direção a uma democracia multirracial. Em 1993, Mandela foi laureado com o Prêmio Nobel da Paz e, no ano seguinte, tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul, encerrando oficialmente o regime de apartheid.