Ícone do site Portal C3

Dia da libertação de Nelson Mandela

Dia da liberdade de Nelson Mandela

Dia da liberdade de Nelson Mandela

No dia 11 de fevereiro de 1990, Nelson Mandela maior símbolo da luta do povo preto contra o Apartheid na África do Sul, era finalmente libertado depois de 27 anos preso, inicialmente em Robben Island e, mais tarde, nas prisões de Pollsmoor e Victor Verster , ao lado de sua então mulher, Winnie, às 11h15 (horário de Brasília). Depois de uma campanha internacional, quando endurece a guerra civil em seu país.

“Ergo-me diante de vocês não como um profeta, mas como um humilde servo do povo”, disse ele, aos 71 anos, em seu primeiro discurso, na praça Grand Parade, em frente à prefeitura. As comemorações pela libertação do líder deixaram 14 mortos e cem pessoas feridas, de acordo com a polícia sul-africana.

Mandela sempre foi líder estudantil, chegando a ser expulso da primeira universidade a ministrar o curso de Direito para pessoas pretas. Conseguiu se formar por correspondência na Universidade de Pretória. Ingressou no Congresso Nacional Africano (ANC), associação que lutava pelos direitos e qualidade de vida do povo preto.

Em 1948 foi instaurado o regime do apartheid pela elite branca do seu país, logo pessoas pretas viram seus direitos básicos como o de votar e o de casar-se com quem quiser sendo cerceado, tudo com o intuito de separar os espaços públicos, tendo como finalidade impedir qualquer tipo de ascensão social do povo preto.

Com o avanço das leis do apartheid e a repressão aumentando, Mandela abriu o primeiro escritório de advocacia para negros de Joanesburgo em 1952. A tensão se elevou tanto que em 1960, a polícia massacrou manifestantes em Shaperville, matando 69 pessoas pretas e deixando centenas de feridos. A partir dali, foi decretado estado de exceção e vários líderes do movimento contra o apartheid foram presos, inclusive, Mandela. que  foi condenado à prisão perpétua por traição e sabotagem, Mandela era o principal líder da luta contra o apartheid, regime de segregação racial que a minoria branca impôs à maioria negra na África do Sul. Segundo ele, a criação da Umkhonto We Sizwe (A Lança da Nação), braço armado do Congresso Nacional Africano, nos anos 60, foi ação “puramente defensiva contra a violência do apartheid”.

A soltura de Madiba, como era conhecido devido ao clã Thembu ao qual pertencia, foi parte das negociações iniciadas pelo presidente Frederik de Klerk, que tomara posse em setembro de 1989. E virou notícia no mundo todo. “Os fatores que nos obrigaram a optar pela luta armada ainda existem hoje. Não nos resta opção senão continuar neste caminho”, disse ele, que naquele momento manteve vivo o fantasma da luta armada para obter posição de força nas negociações com o governo sul-africano pelo fim do estado de emergência e pela libertação dos presos políticos.

Mandela passou a primeira noite fora da prisão na casa do arcebispo Desmond Tutu. O líder anti-apartheid foi enfático ao reconhecer o empenho da população pela sua libertação. “Seus incansáveis e heroicos sacrifícios tornaram possível eu estar aqui hoje. Coloco, portanto, os anos restantes de minha vida em suas mãos.”

E colocou. Tanto que, dois dias depois, com um inflamado discurso no estádio de Soweto – para 100 mil pessoas –, ele construiu caminho para a paz na África do Sul, o que lhe garantiu Nobel em 1993, ao lado de Le Klerk. Depois, tornou-se, em 1994, o primeiro presidente negro do país e governou por dois mandatos. Mandela morreu aos 95 anos, em 5 de dezembro de 2013.

Portal C3 | Portal C3 Oficial | Comunicação de interesse público | ComCausa

Sair da versão mobile