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Dia Internacional para Reflexão do Genocídio de 1994 em Ruanda

Dia Internacional para Reflexão do Genocídio de 1994 em Ruanda

Dia Internacional para Reflexão do Genocídio de 1994 em Ruanda

Hoje, dia 7 de abril, é Dia Internacional para Reflexão do Genocídio de 1994 em Ruanda. Nesta data, começava o massacre em que quase 1 milhão de pessoas foram assassinadas em menos de três meses. As Nações Unidas criaram o Dia Internacional para Reflexão do Genocídio de Ruanda graças à Resolução 58/234 em dezembro de 2003 para homenagear os que morreram e refletir sobre o sofrimento e a resiliência dos sobreviventes. O massacre foi desencadeado pelo grupo étnico que compunha a elite política do país, os hutus, que massacraram os tutsis.

No dia 6 de abril de 1994, o avião que transportava o presidente de Ruanda, Juvenal Habyarimana, foi abatido por um míssil, desencadeando um dos mais violentos e sangrentos conflitos da história recente: o genocídio em Ruanda.

Os extremistas hutus usaram a morte do presidente Habyarimana como pretexto para iniciar o genocídio, acusando os tutsis de serem responsáveis pelo ataque ao avião presidencial. Rapidamente, milícias hutus foram mobilizadas para identificar e matar tutsis, bem como hutus moderados que se opusessem ao genocídio.

As mortes foram realizadas principalmente por meio de assassinatos em massa, estupros e mutilações. A brutalidade e a crueldade dos assassinatos chocaram o mundo e geraram um enorme fluxo de refugiados para os países vizinhos.

A comunidade internacional foi amplamente criticada por sua resposta tardia e ineficaz ao genocídio. As Nações Unidas estavam presentes em Ruanda, mas não receberam a autorização para intervir e impedir as mortes. O presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, pediu desculpas pelo fracasso em responder ao genocídio em 1998.

Anos depois do genocídio, a própria ONU reconheceu sua implicação antes e durante o processo, e Kofi Annan, Secretário Geral à época, disse, após o resultado do inquérito independente solicitado pela própria organização que revelou uma ONU tímida, desorganizada e mal instruída: “Em nome das Nações Unidas, eu reconheço essas falhas e expresso meu profundo pesar”.

Ruanda é um país do continente africano um pouco maior que o estado de Alagoas, com mais de 12 milhões de habitantes. Foi colônia alemã e belga na primeira metade do século XX, tendo sua independência declarada apenas em 1962. Em seu discurso deste ano na ONU, o atual Secretário Geral, Antônio Guterres, afirmou que “Ruanda viveu um dos capítulos mais dolorosos da história humana moderna, mas seu povo reconstruiu a partir das cinzas. Depois de sofrer violência e discriminação indescritíveis de gênero, as mulheres de Ruanda agora detêm mais de 60 por cento dos assentos parlamentares – fazendo de Ruanda um líder mundial. O povo de Ruanda nos mostrou o poder da justiça e da reconciliação e a possibilidade de progresso. Neste dia solene, comprometemo-nos todos a construir um mundo pautado pelos direitos humanos e pela dignidade para todos. ”

O Secretário aponta ainda que devemos construir uma agenda comum que renove ações coletivas, defendendo os direitos humanos e pressionando por políticas que respeitem todos os membros da sociedade. Hoje, Ruanda é um país em desenvolvimento que está trabalhando para superar as feridas do passado e construir um futuro melhor. O governo ruandês tem tomado medidas para promover a reconciliação entre as duas etnias e para garantir que os responsáveis pelo genocídio sejam responsabilizados por seus crimes.

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