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Dia Mundial de Solidariedade Cristã

O objetivo do Dia Mundial de Solidariedade Cristã é conscientizar as religiões que devem se unir para proporcionar vida digna a todos, numa sociedade mais justa e solidária.

O cristianismo é a maior religião do mundo. No Brasil, os cristãos somam 86,8%, sendo: 64,6% católicos e 22,2% evangélicos, segundo o Censo do IBGE de 2010.

No mundo, mas principalmente em nosso país, vivemos majoritariamente um cristianismo sem Cristo. Convivendo com indiferença, ou sem indignação, com as diversas formas de injustiça provocada pela ganância desenfreada do grande capital e por um governo que retira direitos dos trabalhadores e aposentados, oferecendo sacrifícios humanos para saciar a fome do deus dinheiro, jogando a população no desemprego, na miséria, estimulando a violência, preconceito, homofobia, intolerância, desmonte dos direitos trabalhistas e previdenciários, retirada de verbas da saúde, educação e outros.

O Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) de 2019, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), mostra que a desigualdade no Brasil está piorando a cada ano. É o 7º pais com mais desigualdade, atrás apenas para alguns países africanos, segundo a ONU em 10/12/2019.

Metade dos brasileiros vive com apenas R$ 413,00 por mês, 10,4 milhões sobrevivem com apenas R$ 51,00 mensais. Os 10% mais ricos concentram 42% de toda a riqueza, o 1% mais rico concentra mais 28%. Com a pandemia a situação piorou.

Os bilionários da América Latina e do Caribe aumentaram fortuna em US$ 48,2 bilhões durante a pandemia, enquanto maioria da população perdeu emprego e renda, segundo o novo relatório da OXFAM, Quem Paga a Conta? – Taxar a Riqueza para Enfrentar a Crise da Covid na América Latina e Caribe. Os 42 bilionários do Brasil aumentaram suas fortunas em US$ 34 bilhões no mesmo período.

A solidariedade de Jesus e a solidariedade do cristão, como seguimento da vida de Jesus deve se manifestar no mesmo amor prático, principalmente com os pobres e sofredores.

Na maioria das vezes, ouvimos ou falamos de solidariedade, se referindo a algum tipo de ajuda momentânea dada a alguém em momento difícil. Porém, é preciso pensar a solidariedade em termos mais amplos, em termos estruturais. É isso que nos lembra o Papa Francisco no seu discurso durante o I Encontro Mundial dos Movimentos Populares: “Solidariedade é muito mais do que alguns gestos de generosidade esporádicos. É pensar e agir em termos de comunidade, de prioridade da vida de todos sobre a apropriação dos bens por parte de alguns. É também lutar contra as causas estruturais de pobreza, da desigualdade, da falta de trabalho, da terra e da casa, da negação dos direitos sociais e laborais”.

Viver a solidariedade, segundo a fé cristã, é viver uma ética que reconhece a dignidade do outro, em pé de igualdade consigo mesmo. No apoio às lutas e movimentos sociais por melhores condições de vida, por uma sociedade de todos, justa e solidária.

Fonte: Cobap

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Emanoelle Cavalcanti

Acadêmica de psicologia, voluntária na Ong Médicos do Mundo