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Direitos humanos no ato pelos policiais mortos na Baixada

Direitos humanos no ato pelos policiais mortos na Baixada

Direitos humanos no ato pelos policiais mortos na Baixada

Somente neste ano foram assassinados 91 policiais militares no estado, 27 destes foram na Baixada Fluminense, o que representa 30% do total de vítimas, segundo dados da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense. O número superou o total de militares vítimas de criminosos na região em todo o ano de 2016. No ano passado, foram 22 mortos.

Por conta desta alarmante situação, familiares das vítimas e movimentos sociais organizaram um ato em frente a prefeitura de Nova Iguaçu na manha de quarta, dia 26 de julho de 2017.

Participaram do ato o secretário de municipal de segurança de Nova Iguaçu, o coronel Penteado; o vereador do município Marcelo Lajes e sua esposa Andri Mothe, e o filho do casal, Marcelo Júnior, de 10 anos, que estava vestido com a farda da PM. O também vereador da cidade, Carlinhos BNH, que fez duras críticas ao antigo secretário de Segurança José Mariano Beltrame. Segundo ele “Perdi as contas de quantos colegas enterrei. Quantas vezes ouvi: tio, cadê meu pai? Desanima a gente o que estão fazendo com a nossa polícia. O maior culpado disto tudo se chama José Mariano Beltrame, que nos tirou do asfalto. Poucos policiais em UPPs. É uma vergonha! O governo é covarde. Queria saber se o governador teria coragem de acabar com UPPs. Brito era meu grande amigo. Policial vai para rua desanimado. A tropa vai para rua com colete vencido. A população tem culpa nisso. O viciado é que sustenta essas mortes. É o país da sacanagem”, disse o vereador, que pede a extinção das UPPs.

Familiares do soldado Fabiano de Brito e Silva, de 35 anos, assassinado a tiros no último dia 21, na Baixada Fluminense, estiveram presentes no ato. Uma praça do bairro K-11 terá o nome do soldado Brito. “O Fabiano sempre foi homem de caráter e que ajudava a todos. Isso (morte de PMs) é um massacre em massa. A estatística só aumenta. Somos evangélicos, mas a morte dele foi bruta. Todos sofrem. É mais uma família desamparada. O Governo precisa tomar vergonha na cara. Há mais marginalidade e pessoas desprotegidas. A PM está sendo massacrada”, lamentou Valéria Netes, comadre do sargento Brito.

A pouca adesão da população e de familiares de policiais militares assassinados no Rio preocupou o fundador da ONG ComCausa, Adriano Dias. “Me estranhou a pouca adesão, inclusive dos familiares dos policiais considerando que só da Baixada são 27 dos 91 PMs mortos. Acredito em dois elementos: por um lado o medo, pois nós aqui estamos muito mais expostos a retaliações tanto da bandidagem, quanto dos comandos das polícias sobre seus praças. Por outro lado parece que a população da Baixada perdeu a capacidade de reivindicar. O que é triste considerando o colapso da segurança pública que está impactando diretamente as pessoas desta região”, observou.

“É inaceitável o posicionamento do governo do Estado em relação aos familiares dos policiais mortos. Uma burocracia burra que impede as famílias de acessarem direitos mais básicos, como as pensões. É necessário que o Estado seja responsabilizado e que haja uma reavaliação de todo o procedimento com relação ao atendimento das famílias dos policiais, que são tão alvos quanto à população”, disse Alexandre Paiva, professor e presidente da ONG ComCausa.

“É necessário que os órgãos estaduais e municipais entrem com aparato de assistência social e da educação, para servir como base para qualquer estratégia do combate à criminalidade. Já está comprovado, tendo em vista a política desastrosa das UPPs, que a polícia sozinha não resolve a questão da violência no nosso Estado do Rio de Janeiro, e nem em um lugar algum do Brasil”, completou o historiador e militante social.

“São organizações como a ComCausa e tantas outras que estendem o braço para as famílias dos policiais vítimas dessa violência. Mas não ficamos felizes com isso, pois atuamos aonde o Estado falha”, contou Adriano Dias.

Dia estadual em memória aos policiais mortos em serviço

No Calendário Oficial de eventos do Estado do Rio de Janeiro, o dia 21 de abril é a data consagrada a homenagear, anualmente, os Policiais Civis e Militares mortos em serviço ou em decorrência do cargo.

Instituída pela Lei 7503/16, o dia estadual em memória aos policiais mortos em serviço foi instituído para lembrar daqueles que perderam sua vida em serviço de proteger a população. Mais importante ainda, é a não normatização da perda da vida das trabalhadoras e trabalhadores das policias do Rio de Janeiro.

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