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Estátua de João Cândido na praça Marechal Âncora

A Prefeitura do Rio de Janeiro celebrou nesta terça-feira a reinauguração da estátua de João Cândido, o emblemático Almirante Negro e líder da Revolta da Chibata. A cerimônia marcou a conclusão de um projeto significativo de revitalização e realocação deste importante monumento na história brasileira. Anteriormente localizada de forma discreta na Praça XV, a estátua foi transferida para um local mais proeminente na Praça Marechal Âncora, de frente para o mar, após intervenções que incluíram revestimento em granito e adição de uma placa informativa.

Segundo Tony Chalita, secretário de Governo e Integridade Pública, a mudança não é apenas física, mas também simbólica, representando um compromisso da gestão atual em reparar e dar visibilidade a figuras históricas significativas para a comunidade. “João Cândido agora ocupa um lugar de honra, um reconhecimento merecido a esse herói nacional”, afirmou Chalita durante o evento.

A estátua, obra do artista Valter Brito, agora também se apresenta como um monumento interativo, incentivando a interação pública, onde os visitantes podem se aproximar e tirar fotos ao lado da figura em bronze do Almirante Negro.

Além da importância histórica, a realocação da estátua de João Cândido é parte de um projeto mais amplo de revitalização dos monumentos históricos da região, que incluiu também a restauração das estátuas de D. João VI e General Osório, além do Chafariz do Mestre Valentim e do Marco à Fotografia, como parte das celebrações do Bicentenário da Independência.

A iniciativa reflete os esforços contínuos da Prefeitura do Rio para promover a igualdade racial e o reconhecimento da diversidade cultural da cidade. Este movimento tem sido amplamente apoiado pela Coordenadoria de Promoção à Igualdade Racial (Cepir) e pelo Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro (Comdedine), que veem na reinauguração um passo significativo para a justiça social e histórica.

O filho de João Cândido, Adalberto Cândido, conhecido como Seu Candinho, expressou profunda emoção com a homenagem. “Após anos de perseguição e esquecimento, ver meu pai receber tal reconhecimento deixa a família inteira orgulhosa”, comentou Seu Candinho, refletindo sobre os desafios enfrentados pelo pai após a Revolta da Chibata.

A história de João Cândido e seu legado continuam a inspirar, não apenas em monumentos e homenagens públicas, mas também em debates educacionais e na cultura popular, como evidenciado pela canção “O mestre-sala dos mares”, de Aldir Blanc e João Bosco, que homenageia a vida e a luta do Almirante Negro. Com essa reinauguração, a cidade do Rio de Janeiro não apenas enaltece uma figura central de sua história, mas também reafirma seu compromisso com a justiça e a igualdade racial.

A estátua de João Cândido mudará de local fazendo justiça ao seu legado

No dia 24 de maio de 2021, a ComCausa promoveu um DebatePapo sobre o líder da Revolta da Chibata.

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Débora Barroso

Jornalista comunitária e colaboradora da ComCausa.