Memória: José Jobim o diplomata morto pela ditadura
O diplomata José Jobim foi morto após sequestro e tortura pela ditadura militar no Brasil em março de 1979. No dia 22 de setembro de 2018 o Estado brasileiro emitiu uma nova certidão de óbito de Jobim corrigida 39 anos após sua morte.
O embaixador havia desaparecido uma semana depois de anunciar que denunciaria um esquema de corrupção cometido durante a ditadura do regime militar.
José Jobim iria revelar em um livro de memórias o superfaturamento de dez vezes o valor original para a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Uma obra gigantesca construída em sociedade entre os governos do Brasil e do Paraguai, ambos Governavam por ditaduras.
Sete dias antes de seu desaparecimento, no dia 15 de março de 1979, o embaixador José Jobim compareceu à posse do general João Figueiredo como o novo presidente do Brasil. Na ocasião, mencionou a alguém que estava escrevendo um livro de memórias, no qual revelaria o esquema de corrupção. Ao sair para visitar um amigo no dia 22 de março daquele ano, não retornou.
O diplomata conseguiu entregar um bilhete à dona de uma farmácia na Barra da Tijuca, informando que tinha sido sequestrado e que seria levado para “logo depois da Ponte da Joatinga”. A menos de um quilômetro da ponte, seu corpo foi encontrado, pendurado pelo pescoço em uma corda de náilon amarrada a uma árvore, mas suas pernas tocavam o chão.
De acordo com o Relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), José Jobim foi sequestrado e mantido em cativeiro por dois dias e meio, em local incerto, e interrogado sob tortura. Não se sabe que segredos o diplomata levou para o túmulo, mas são incontáveis as histórias envolvendo a construção da mega usina de Itaipu – a maior do mundo, superior à de Três Gargantas, na China.
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