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Memória: Morte de Martinho Nobre de Melo

No dia 26 de dezembro de 1985, o mundo perdia uma figura notável: Martinho Nobre de Melo. Nascido em Cabo-Verde, este intelectual multifacetado deixou um legado que abrangeu áreas tão diversas quanto o jornalismo, a academia, a política e a maçonaria.

Martinho Nobre de Melo iniciou sua jornada acadêmica na sua vila natal, em Cabo-Verde, onde teve a oportunidade de estudar sob a tutela do renomado poeta José Lopes da Silva. Contudo, aos dez anos, embarcou em uma jornada rumo a Portugal em busca de educação continuada. Seus esforços culminaram na obtenção do diploma em Direito pela prestigiosa Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

A carreira acadêmica de Nobre de Melo prosperou, e ele alcançou o status de professor catedrático na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Seu compromisso com o conhecimento e a educação foi uma constante ao longo de sua vida, marcando-o como um destacado acadêmico.

Além de seus feitos acadêmicos, Martinho Nobre de Melo desempenhou papéis-chave na esfera política portuguesa. Com apenas 26 anos, ele assumiu o cargo de Ministro da Justiça no governo de Sidónio Pais. Sua carreira política continuou a ascender, e aos 35 anos, ele foi nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros no governo do general Manuel Gomes da Costa, em 1926. Nobre de Melo também desempenhou funções como embaixador e diretor de jornais, mostrando sua versatilidade e engajamento em diversas áreas.

Um aspecto significativo da vida de Martinho Nobre de Melo foi sua participação na maçonaria. Iniciado na Loja Fiat Lux de Lisboa em 1912 do Grande Oriente Lusitano Unido, ele adotou o nome simbólico de Ibsen. Sua afiliação maçônica evidencia o seu envolvimento em sociedades secretas e seu compromisso com os princípios maçônicos de fraternidade, conhecimento e iluminação.

Nobre de Melo não apenas se destacou como político e acadêmico, mas também como escritor e poeta. Sua contribuição para a música é lembrada através de composições notáveis, sendo o “Fado da Ansiedade” um dos seus trabalhos mais conhecidos.

Reconhecendo suas contribuições excepcionais, Martinho Nobre de Melo foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo e, em 20 de maio de 1935, recebeu a Grã-Cruz da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.

A morte de Martinho Nobre de Melo em 1985 deixou um vazio na intelectualidade e na política, mas seu legado perdura como inspiração para aqueles que buscam a excelência em diversas esferas da vida. Sua vida e realizações continuam a ser estudadas e celebradas, destacando sua contribuição única para a história de Cabo-Verde e de Portugal.

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa