Memória da morte do poeta Thiago de Mello
No dia 14 de janeiro de 2022, o renomado poeta e tradutor brasileiro Thiago de Mello nos deixou. Reconhecido como um dos grandes autores da literatura regional, a poesia de Thiago de Mello transcendeu fronteiras, sendo aclamado internacionalmente por obras como o clássico “Os Estatutos do Homem”, escrito em abril de 1964.
Faz escuro mas eu canto,
porque a manhã vai chegar.
Vem ver comigo, companheiro,
a cor do mundo mudar.
Vale a pena não dormir para esperar
a cor do mundo mudar.
Já é madrugada,
vem o sol, quero alegria,
que é para esquecer o que eu sofria. pic.twitter.com/STDO9l8Tcc— ComCausa Cultura de Direitos (@ComcausaDh) January 14, 2022
Em 1981, Thiago de Mello publicou Mormaço na Floresta, no qual denunciava a destruição da mata da seguinte forma: “Enfim te descobrimos / Foi preciso que as águas mais azuis apodrecessem / que os pássaros parassem de cantar / que peixes fabulários se extinguissem / tua pele verde fosse aberta/ pelas garras de todas as ganâncias”.
Com obras traduzidas para mais de 30 idiomas, Thiago de Mello foi homenageado pelo Governo do Amazonas em 2021, quando artistas de diferentes segmentos se uniram para a leitura do poema “Faz escuro, mas eu canto”.
O poeta é membro da Academia Amazonense de Letras e recebeu o destaque de Personalidade Literária do Prêmio Jabuti, em 2018. O autor foi reconhecido pelo conjunto da obra, que é referência na literatura regional brasileira.