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Memória da morte do poeta Thiago de Mello

No dia 14 de janeiro de 2022, o renomado poeta e tradutor brasileiro Thiago de Mello nos deixou. Reconhecido como um dos grandes autores da literatura regional, a poesia de Thiago de Mello transcendeu fronteiras, sendo aclamado internacionalmente por obras como o clássico “Os Estatutos do Homem”, escrito em abril de 1964.

Thiago de Mello, nascido em 1926 em Barreirinha, Amazonas, desempenhou o papel de representante cultural da embaixada brasileira no Chile e cultivou uma amizade com Pablo Neruda. Ao participar da Feira Internacional do Livro de Havana em 2005, expressou sua convicção, afirmando: “Para contribuir à defesa da humanidade, é imperativo que cada um de nós procure persuadir pelo menos um companheiro, que cada um de nós dedique esforços em prol deste planeta Terra tão deteriorado”. Ele destacou ainda que “A Terra paira hoje no espaço como uma ave à beira da extinção”.

No ano de 1964, durante seu período de exílio devido à repressão militar, Thiago de Mello percorreu diversos países, incluindo Argentina, Portugal, França, Alemanha e Chile. Um de seus versos ficou célebre: “Faz escuro mas eu canto”. Em 1978, ele fez seu retorno ao Brasil, já reconhecido internacionalmente por sua dedicação às causas dos direitos humanos, ecologia e paz mundial.

Em 1981, Thiago de Mello publicou Mormaço na Floresta, no qual denunciava a destruição da mata da seguinte forma: “Enfim te descobrimos / Foi preciso que as águas mais azuis apodrecessem / que os pássaros parassem de cantar / que peixes fabulários se extinguissem / tua pele verde fosse aberta/ pelas garras de todas as ganâncias”.

Com obras traduzidas para mais de 30 idiomas, Thiago de Mello foi homenageado pelo Governo do Amazonas em 2021, quando artistas de diferentes segmentos se uniram para a leitura do poema “Faz escuro, mas eu canto”.

O poeta é membro da Academia Amazonense de Letras e recebeu o destaque de Personalidade Literária do Prêmio Jabuti, em 2018. O autor foi reconhecido pelo conjunto da obra, que é referência na literatura regional brasileira.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa