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Nascimento Sigmund Freud

Sigmund Schlomo Freud nasceu em Freiberg, na Morávia (hoje Tchéquia), em 6 de maio de 1856, mas sua família mudou-se para Viena quando ele tinha quatro anos. Seu pai era um comerciante judeu de lã e a família enfrentava dificuldades financeiras. Desde a infância, Freud recebeu tratamento especial em relação aos seus irmãos, e ele sempre foi muito estudioso e autodidata. Ele entrou na Faculdade de Medicina da Universidade de Viena em 1873 e, depois de formar-se em 1881, optou por trabalhar em um consultório para juntar dinheiro para seu casamento.

Sigmund Freud, como médico neurologista passou quase toda a sua vida em Viena, capital da Áustria, é considerado um dos nomes mais influentes e controversos do século XX. Embora tenha feito inúmeras contribuições para várias áreas, incluindo medicina, psicologia, literatura, filosofia e política, sua principal realização profissional foi a criação da psicanálise, também conhecida como teoria freudiana. Desde então, essa abordagem psicoterapêutica tem sido amplamente utilizada em todo o mundo.

Freud se casou com Martha Bernays quando tinha 30 anos e juntos tiveram seis filhos. Ele era conhecido por sua timidez, reservado e discreto, mas tinha fobia de viajar e era viciado em charutos, fumando de 20 a 25 por dia para se manter criativo, segundo ele. Em 1923, foi diagnosticado com câncer na mandíbula e na boca e passou por várias cirurgias e teve que usar uma prótese. Continuou sofrendo com a doença pelos 16 anos seguintes.

Com a ascensão do nazismo na Áustria em 1938, Freud e sua família foram obrigados a fugir para Londres. Quatro de suas irmãs morreram em campos de concentração nazistas, e alguns de seus livros foram queimados. Freud morreu em 23 de setembro de 1939, em sua casa em Londres, onde agora funciona o Museu Freud de Londres. Há relatos de que ele faleceu após seu médico ter-lhe aplicado três doses de morfina.

Obra

Antes de se tornar famoso, em 1885, Sigmund Freud começou a trabalhar como interno no Hospital Geral de Viena, onde escolheu se especializar em doenças nervosas, uma área pouco explorada e com boas perspectivas práticas.

Durante seus estudos e carreira, Freud realizou diversas pesquisas que contribuíram para áreas como medicina e biologia, incluindo fisiologia, anatomia, histologia, anestesiologia e pediatria.

Suas investigações também abrangeram temas como afasia (distúrbios de linguagem), paralisia cerebral infantil e as propriedades anestésicas da cocaína, que ele utilizava regularmente na época.

No início de sua carreira, Freud foi para Paris estudar com o neurologista Jean-Martin Charcot, que hipnotizava pacientes considerados histéricos diante do público. Isso levou Freud a questionar se algumas doenças estavam apenas no corpo ou também na mente, mais especificamente em uma parte que ele chamou de segunda mente, posteriormente denominada inconsciente.

Psicanálise

Em 1886, após tornar-se famoso, Freud estabeleceu seu consultório em Viena, onde atendia pacientes com distúrbios nervosos. Inicialmente, tentou usar a hipnose como técnica terapêutica, mas acabou desenvolvendo outra técnica, a chamada talking cure (tratamento pela palavra), que se tornou a base de toda psicoterapia.

Com base em diversos estudos e aplicações dessa técnica, Freud desenvolveu a teoria da psicanálise, com o objetivo de entender como funcionava a mente dos homens, especialmente aqueles com sofrimento mental.

Segundo essa teoria, as pessoas que não expressavam seus sentimentos tinham a mente doente, e a psicanálise, através de técnicas como a livre associação e a interpretação dos sonhos, estimulava os pacientes a expressarem seus pensamentos e memórias que causavam as neuroses.

Para que os pacientes se sentissem mais confortáveis, Freud pedia que se deitassem em um sofá, que hoje é conhecido como o famoso divã de Freud.

A teoria freudiana explica que o comportamento humano pode ser determinado por motivações inconscientes provenientes de experiências na infância, relacionadas ao amor, à perda, à sexualidade e à morte, bem como a atitudes emocionais complexas por parte de familiares.

Pesquisas apontam que Freud também tinha uma visão progressista sobre a homossexualidade, afirmando que muitos indivíduos históricos eram homossexuais e que persegui-los como se estivessem cometendo um crime seria uma grande injustiça e crueldade.

Confira as obras mais famosas de Sigmund Freud:

  • Estudos sobre a histeria (1895)
  • A interpretação dos sonhos (1900)
  • A psicopatologia da vida cotidiana (1901)
  • Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905)
  • Piadas e sua relação com o inconsciente (1905)
  • Além do princípio do prazer (1920)
  • O mal-estar na civilização (1930)
  • Civilização e seus descontentes (1931)

Museu Sigmund Freud de Viena

A casa onde viveu e trabalhou situa-se em Bergasse 19, em Viena. Hoje, o local é um museu aberto ao público. Nele os visitantes podem apreciar diversas fotos, objetos e móveis, também há uma biblioteca.

Como Freud inclusive atendia seus pacientes no imóvel, pode-se conferir nele a sala de espera e o consultório. Estima-se que o médico tenha tratado mais de 500 pacientes.

Museu Freud de Londres

Em seu último ano de vida, Freud residia em uma residência localizada no número 20 de Maresfield Gardens, em Hampstead, Londres. Após sua morte, em 1939, a casa foi transformada em um museu dedicado ao renomado psicanalista.

No interior da casa-museu, os visitantes podem ver o icônico divã que Freud utilizava para atender seus pacientes. Também há diversas peças pessoais, incluindo sua vasta coleção de objetos de civilizações antigas, que contém mais de duas mil peças.

Após a morte de Freud, sua filha Anna permaneceu na casa por 44 anos, continuando seu trabalho como psicanalista, com foco especial em crianças.

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Emanoelle Cavalcanti

Acadêmica de psicologia, voluntária na Ong Médicos do Mundo