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Naufrágio da embarcação a motor B/M Capitão Ribeiro no rio Xingu

No dia 22 de agosto de 2017, uma noite que ficou marcada na história do Pará, o rio Xingu testemunhou uma tragédia de proporções devastadoras. O naufrágio da embarcação a motor “B/M Capitão Ribeiro” deixou uma trilha de dor e luto, levando consigo vidas preciosas e expondo falhas no sistema de transporte fluvial na região.

O “B/M Capitão Ribeiro”, originalmente chamado de Comandante Ribeiro, era uma embarcação de madeira de dois decks, operada pela empresa Almeida e Ribeiro Navegação, Ltda. O barco tinha uma capacidade de carga de até 56 toneladas e costumava fazer viagens entre Santarém e Prainha, mas estava transportando passageiros ilegalmente até Vitória do Xingu.

Na noite fatídica de 22 de agosto, a embarcação partiu de Porto de Moz, com destino a Senador José Porfírio, transportando mais passageiros do que declarou. No total, cerca de 53 pessoas estavam a bordo, incluindo passageiros e tripulantes. Uma intensa tempestade e ventos fortes assolaram a região, desencadeando uma tragédia de proporções inimagináveis.

Durante uma tempestade, a viagem foi atingida por fortes ventos e acabou virando, deixando muitos passageiros presos entre os destroços. A falta de equipamentos de segurança, como coletes salva-vidas, e a baixa visibilidade dificultaram ainda mais a sobrevivência a bordo. O desespero e o caos se instauraram enquanto a embarcação afundava rapidamente nas águas turbulentas do rio Xingu.

Dos cerca de 53 passageiros, apenas 23 conseguiram chegar às margens do rio, sendo resgatados por moradores ribeirinhos e equipes de resgate. Os corpos das vítimas morreram a aparecer, flutuando ao longo do rio nos dias seguintes, enquanto as equipes de resgate realizavam operações complexas de busca e salvamento em uma área vasta e desejava.

As operações de resgate e investigação foram conduzidas por diferentes entidades, incluindo a Marinha, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil. A investigação teve como foco apurar as causas do naufrágio e os responsáveis ​​pela tragédia. Ficou evidente que a embarcação estava operando ilegalmente e transportando passageiros além de sua capacidade autorizada.

As famílias das vítimas enfrentaram momentos de profunda dor e luto, enquanto o estado e o país se uniam em solidariedade. A tragédia do naufrágio do “B/M Capitão Ribeiro” trouxe questões urgentes sobre a segurança do transporte fluvial na região amazônica, destacando as vulnerabilidades das embarcações de madeira e a importância de uma regulamentação rigorosa.

Essa tragédia, que deixou marcas indeléveis na memória da região, também destacou a necessidade de medidas preventivas, vigilância rigorosa e conscientização pública para evitar que tais eventos devastadores se repitam no futuro.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa