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O massacre de Columbine: reflexões sobre violência, exclusão social e controle de armas

O massacre em Columbine, ocorrido em 20 de abril de 1999, marcou a história como um dos mais terríveis atos de violência em uma escola. Dois estudantes realizaram um ataque armado na escola secundária no Colorado, Estados Unidos, que deixou 13 mortos e mais de 20 feridos.

O ocorrido gerou grande comoção na sociedade, trazendo à tona diversas discussões sobre a violência juvenil, o controle de armas e o papel da escola na formação dos jovens. A tragédia também revelou uma cultura de bullying e exclusão social, que muitas vezes passa despercebida e pode ter consequências trágicas.

“A violência escolar é um fenômeno multifatorial que envolve aspectos individuais, familiares, sociais e institucionais. O psicólogo é o profissional apto para realizar um trabalho de prevenção e enfrentamento da violência escolar, ajudando a escola a construir espaços e relações mais saudáveis. Para isso, é necessário que o psicólogo atue de forma integrada com a equipe pedagógica, os alunos, as famílias e a comunidade, desenvolvendo ações de diagnóstico, intervenção e avaliação. Além disso, o psicólogo deve promover a educação em direitos humanos, a cultura de paz e a resolução pacífica de conflitos na escola.” (SILVA; SALLES, 2010, p. 2)

Uma das reflexões é a importância de prestar atenção aos sinais de alerta de comportamento violento em jovens. Os alunos que cometeram o crime demonstravam diversos comportamentos problemáticos, incluindo raiva, depressão e isolamento social, mas muitos desses sinais foram ignorados ou subestimados. Os psicólogos enfatizam a importância de criar um ambiente seguro e acolhedor nas escolas, onde os jovens se sintam confortáveis para expressar seus sentimentos e pedir ajuda.

Outro tema importante é o papel da cultura de armas na sociedade americana. Muitos psicólogos destacam a necessidade de se regulamentar o acesso a armas, especialmente para pessoas com histórico de problemas mentais e comportamentos violentos. A falta de controle de armas pode permitir que pessoas com problemas emocionais encontrem uma solução rápida e mortal para seus problemas, como foi o caso em Columbine.

Também é importante refletir sobre a cultura do bullying e da exclusão social que pode levar jovens a se sentirem isolados e com raiva. Os psicólogos enfatizam a necessidade de se promover a empatia, a tolerância e a inclusão nas escolas e na sociedade como um todo. É preciso oferecer apoio emocional e social para jovens que estão passando por dificuldades, para que eles possam encontrar uma maneira saudável de lidar com seus problemas.

Por fim, o massacre de Columbine nos faz refletir sobre a importância da inclusão social e da valorização da diversidade nas escolas e na sociedade como um todo. A exclusão social e a discriminação podem gerar sentimentos de raiva e frustração, que podem culminar em atos de violência. É preciso promover a empatia, a tolerância e o respeito às diferenças para que todos possam se sentir aceitos e integrados à sociedade.

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Referências:

SILVA, J. M. A. P.; SALLES, L. M. F. A contribuição da psicologia escolar na prevenção e no enfrentamento da violência escolar. Psicologia Escolar e Educacional, Campinas, v. 14, n. 1, p. 1-10, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pee/a/tvZ37DSGCbZNvQxnshq3DCs/. Acesso em: 18 abr. 2021.

Skerlak, Renan Degani. Massacres escolares e cultura: um estudo do massacre de Columbine com base em artigos jornalísticos e no documentário Tiros em Columbine. 2021. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia) – Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2021.

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Emanoelle Cavalcanti

Acadêmica de psicologia, voluntária na Ong Médicos do Mundo