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Os Autistas e a dificuldade do acesso ao tratamento garantido pelo SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para o transtorno do espectro autista (TEA), incluindo avaliação diagnóstica, intervenções terapêuticas e medicamentos, de forma gratuita. É importante lembrar que o diagnóstico do TEA deve ser realizado por um profissional de saúde habilitado, como um médico neuropediatra ou psiquiatra infantil.

O tratamento para o TEA no SUS pode incluir terapias como a ABA (Análise do Comportamento Aplicada), terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia e fisioterapia. O acompanhamento de um psiquiatra também pode ser necessário para a prescrição de medicamentos em alguns casos.
Para ter acesso ao tratamento no SUS, é necessário procurar uma unidade de saúde mais próxima da sua residência e passar por uma avaliação médica. O encaminhamento para os serviços especializados de atendimento ao autismo será realizado conforme a necessidade e disponibilidade da rede pública de saúde em sua região. Mas essa não é a realidade.

Infelizmente, a precariedade no atendimento de autismo no SUS é uma realidade em muitas regiões do país. E a Baixada Fluminense não é exceção. A falta de serviços especializados e de profissionais capacitados para lidar com o transtorno do espectro autista (TEA) pode resultar em longas esperas para o diagnóstico e tratamento adequado, ou até mesmo na falta de atendimento em algumas regiões.
Além disso, a escassez de recursos financeiros, a burocracia excessiva e a falta de investimento em saúde mental também contribuem para a precariedade do atendimento. Como resultado, muitas pessoas com TEA e suas famílias acabam enfrentando dificuldades para acessar serviços de saúde de qualidade e enfrentam longas esperas para receber o tratamento adequado.

É importante lembrar que a garantia de atendimento de qualidade às pessoas com TEA é um direito e uma responsabilidade do Estado, e que a luta pela melhoria do atendimento ao autismo no SUS é uma pauta importante e necessária.

Para lidar com essas dificuldades, é importante buscar informação e orientação junto aos profissionais de saúde, associações e grupos de apoio de autistas e suas famílias, além de lutar pela ampliação da oferta de serviços especializados em saúde mental na rede pública.
Em nova Iguaçu foi organizado um coletivo chamado Atípica Mãe, um grupo de mães de crianças com autismo que se uniram para trocar experiências e compartilhar informações sobre o transtorno do espectro autista (TEA). O grupo surgiu em setembro de 2022 na cidade de Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro, e é formado por mães que têm filhos atípicos, como autismo e outras comorbidades neurologicas. Sentiam a necessidade de se apoiarem mutuamente.

As atividades do grupo incluem encontros mensais, palestras, workshops e eventos para conscientizar a população sobre o autismo e as necessidades das pessoas com TEA e suas famílias. O grupo também oferece apoio e orientação para outras mães que têm filhos com autismo, além de lutar por políticas públicas que garantam o acesso a serviços de saúde e educação de qualidade para as pessoas com TEA.

“Apesar do que poder público diz e mostra, há uma dificuldade incrível do acesso aos tratamentos e acompanhamentos que nossos filhos precisam urgentemente”, diz Silvana, fundadora do Atípica Mães. “Os tratamentos e a inclusão devem existir de fato, não somente na retórica e no uso político.”, afirma.

Atípica Mães é uma iniciativa importante para promover a inclusão social e melhorar a qualidade de vida das pessoas com autismo e suas famílias
Em casos de falta de atendimento ao autista no SUS, é possível registrar uma reclamação junto ao serviço de ouvidoria da instituição de saúde ou entrar em contato com a Secretaria de Saúde do município para solicitar informações sobre os serviços disponíveis e os canais de atendimento.

Conheça elas acessando o Instagram: atipicasmaes37

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Alexandre Paiva

Professor de História e colaborador da ComCausa