Baixada Fluminense

Pastor quebra peças religiosas em Belford Roxo

O pastor da Igreja da Tenda dos Milagres, Gleidson Lima, que gravou um vídeos destruindo peças ligadas à religião de matriz africana no bairro Vila Cláudia, em Belford Roxo, foi indiciado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) nesta quarta-feira 24 de fevereiro.

O autor da denúncia foi o Babalorixá Natã de Oxaguiãn, do terreiro Ilê Àsé Babá Min Okan Fun Fun. Que antes tentou dialogar com o pastor Gleidson e cobrar uma retratação, mas diante da reação do religiosos, registrou o caso no Decradi na tarde desta quarta (10).

No vídeo, o pastor usa uma pedra para quebrar peças sagradas e desfaz as oferendas colocadas no chão falando “quebra de maldição”, “quebrando em nome de Jesus”, “foi quebrado também essa oferenda em nome de Jesus”. Gledson encerra o vídeo fazendo propaganda de sua igreja: “Receba a tua vitória, venha amanhã para o nosso culto, amém”.

Intolerância religiosa 

A intolerância religiosa é o desrespeito ao direito das pessoas de manterem as suas crenças religiosas. Ofensas pessoais ou contra liturgias, cultos e outras religiões são casa vez mais recorrentes na sociedade. “As violências como agressões físicas e depredação de templos também estão acontecendo com mais frequência nos últimos anos”, afirma Adriano Dias, fundador da ComCausa – “A situação sempre foi preocupantes e tem a luta constante de vários movimentos e parceiros no poder público, mas precisamos desmontar os mecanismos que incentivam estas práticas”.

ComCausa reativará frente sobre intolerância religiosa

Desde sua fundação, a ComCausa buscar se articular para apoio e às vítimas de intolerância religiosa e promoção da igualdade racial. Dentre vários movimentos, como a contribuição para a lei estadual que dispõe sobre os registros de ocorrências, envolvendo instituições religiosas e seus praticantes, entre outros.

Segundo Alexandre Assis, “diante do agravamento dos conflitos sociais, a ComCausa está reestabelecendo novas redes e fortalecendo os movimentos de promoção dos direitos”. Assim, está previsão é que até o meio do ano a instituição esteja com o programa de enfrentamento à intolerância e promoção do direito à religiosidades estruturado.

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Emanoelle Cavalcanti

Acadêmica de psicologia, voluntária na Ong Médicos do Mundo