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PM do caso João Roberto é absolvido

Justiça absolve ex-policial militar Elias Gonçalves da Costa que participou da ação na Tijuca que matou o menino João Roberto, em 2008. O júri aconteceu nesta quinta-feira, dia 14 de fevereiro de 2019. No interrogatório, Elias repetiu a versão apresentada no primeiro julgamento: que deu um único tiro para o chão, de advertência, e que foi o outro policial, Willian de Paula, quem fez os disparos contra o Pálio Weekend onde estava João Roberto e sua família.

Duas testemunhas de defesa, amigos de infância de Elias, foram ouvidas. A mãe do João Roberto passou mal e foi dispensada pela acusação.

William de Paula também havia sido inicialmente absolvido, em 2008, mas foi condenado a 18 anos de prisão em um segundo julgamento, em 2015.

No momento em que a sentença absolvendo Elias foi lida, os pais de João Roberto, Alessandra e Paulo Roberto Barbosa Soares, permaneceram em silêncio.

De acordo com o Tribunal de Justiça, a acusação ainda pode recorrer.

Relembre o caso

Na noite do dia 06 de julho de 2008, a o carro pálio da família passava pela na Rua General Espírito Santo Cardoso, na Tijuca, quando foi ultrapassada por um carro em alta velocidade. Ao perceber que um veículo da polícia vinha atrás, a mãe de João, a advogada Alessandra Amorim Soares, parou o carro para dar passagem. Os PMs William de Paula e Elias Gonçalves da Costa, que perseguiam bandidos, pararam a viatura e dispararam no veículo. Dos tiros, 17 tiros acertaram o carro que estava João Roberto, de 3 anos, Vinícios, o irmão de 9 meses e a mãe das crianças Alessandra Amorim. João Roberto foi atingido na cabeça e morreu no hospital.

Mesmo ferida na barriga e pernas, Alessandra abriu a janela e jogou a bolsa infantil que carregava para mostrar aos PMs que conduzia crianças. Os policiais ainda gritaram: “Cadê o bandido? Cadê o bandido?”. Foi quando ela saltou do Palio, abriu a porta traseira, pegou o corpo do primogênito, estendeu-o no chão e disse aos policiais: “Vocês mataram meu filho”.

| Adriano Dias – fundador da ComCausa.

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