SMILE Brasil: Um marco no estudo da saúde mental de minorias sexuais e de gênero
A ComCausa conheceu pessoalmente, na ultima Marcha Trans e Travesti 2024 – com o tema “Para Ecoar Nossa Voz” -, a SMILE Brasil, uma iniciativa inovadora realizada pela Universidade de Duke, que se destaca como um estudo internacional pioneiro, analisando a saúde mental das minorias sexuais e de gênero (MSG) em diversas culturas. Abrangendo Brasil, Quênia e Vietnã, o estudo visa compreender as experiências de vida, desafios e bem-estar geral das pessoas LGBTQI. Este projeto é crucial, dado que, apesar dos relatos de abuso, discriminação e estigma, há uma lacuna significativa no conhecimento sobre a saúde mental desta comunidade vulnerável, especialmente em países de baixa e média renda.
A saúde mental de pessoas trans e travestis está em estado de alerta, marcada por altas taxas de depressão, ansiedade e suicídio. A discriminação e o estigma que enfrentam diariamente amplificam esses riscos, tornando urgente a implementação de políticas públicas que promovam acesso a tratamentos adequados e inclusivos. É vital que os serviços de saúde reconheçam e se adaptem às especificidades dessas experiências, para que possamos caminhar em direção a uma sociedade que respeite e proteja a dignidade e a saúde mental de todos os seus membros.
Objetivos e Metodologia do SMILE
O SMILE Brasil pretende alcançar diversos objetivos específicos:
- Estimar a prevalência de condições médicas como ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático, ideação suicida e abuso de substâncias dentro da comunidade MSG.
- Identificar os determinantes culturais, contextuais, interpessoais e individuais que influenciam a saúde mental desses grupos, proporcionando uma análise detalhada que respeita as particularidades de cada cultura.
- Determinar as preferências por intervenções de saúde mental adequadas às necessidades e ao contexto das MSG, ajudando a desenvolver tratamentos mais eficazes e acessíveis.
Desafios e Progressos
Apesar de sua importância, o projeto enfrenta desafios burocráticos, como a espera pela aprovação do Comitê Nacional de Ética em Pesquisa – CONEP desde dezembro de 2021. Essa aprovação é crucial para o início da coleta de dados. Enquanto isso, o estudo já realizou uma fase piloto com resultados promissores publicados em periódicos científicos internacionais.
Com a aprovação ética da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz, o SMILE Brasil representa um avanço significativo no campo da saúde coletiva. Ao focar na saúde mental das minorias sexuais e de gênero, o estudo não só destaca as urgências dessas populações mas também mobiliza recursos para desenvolver intervenções que sejam culturalmente sensíveis e efetivas. Para mais informações ou para participar do estudo, interessados podem visitar o site do projeto internacional.
Para saber mais acesse: brasil.smilestudy.org
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