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Memória: Temporais de 2010 que vitimaram mais de 200 pessoas no Rio

Na tarde do dia 05 de abril de 2010, começou as fortes chuvas que afetou várias regiões do estado do Rio de Janeiro. Em 24 horas, entre os dias 5 e 6, choveu 280 milímetros — o dobro da média histórica para o mês de abril inteiro.

Os bombeiros chegaram a usar botes salva-vidas para resgatar pessoas que ficaram presas com o transbordamento do Rio Maracanã já no primeiro dia. Muitas pessoas largaram carros para procurar abrigo seguro. O temporal veio acompanhado de uma ventania, que chegou a registrar mais de 70 quilômetros por hora na altura do Forte de Copacabana. A tempestade atrapalhou também o tráfego aéreo e paralisou parte da circulação de trens da SuperVia. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foram registrados ventos de até 75 quilômetros por hora no Forte de Copacabana. Faltou luz em vários pontos.

O Rio Maracanã transbordou. Num deslizamento de terra, no Morro do Borel, morreram um bebê de cinco meses e uma mulher da mesma família. A Praça da Bandeira ficou completamente alagada — dezenas de carros e ônibus ficaram retidos no Viaduto dos Marinheiros, obrigando os motoristas e passageiros a passarem a madrugada ali. A água demorou a escoar e motoristas tiveram que buscar refúgios em viadutos e postos de gasolina. Na manhã do dia seguinte, na saída do Túnel Rebouças, ainda era impossível passar.

No dia seguinte, 6 de abril, as escolas das redes municipal e estadual, as universidades e a maior parte dos estabelecimentos da rede particular suspenderam as aulas. As atividades escolares também foram suspensas em todas as unidades de ensino técnico e profissionalizante da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec), segundo nota divulgada pela entidade. Vários órgãos públicos e grandes empresas, públicas e privadas, também pararam as atividades administrativas ou tornaram o ponto facultativo, porque os diversos pontos de alagamento, em todas as áreas da cidade, impedem o deslocamento de funcionários até o trabalho.

A pior tragédia das chuva daquele ano: morro do Bumba

Na quarta-feira, 7 de abril, por volta das 22 horas, um novo deslizamento ocorreu na cidade de Niterói, soterrando cerca de 40 casas no Morro do Bumba. As equipes de resgate trabalharam por dias para tentar encontrar sobreviventes, mas, infelizmente, a maioria das vítimas já havia falecido. Foram resgatados 48 os corpos, mas o total de vítimas foi de 267 pessoas.

Pior enchente do estado

Segundo especialistas, foi a pior enchente do estado em 46 anos (a pior anterior tendo sido registrada em 1964. Um índice pluviométrico excessivo, somado à maré alta, teriam sido os responsáveis pela erosão de encostas e pela demora no escoamento das águas.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa