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Cem anos de Dom Waldyr Calheiros um bispo comprometido com os injustiçados

Dom Waldyr Calheiros Novaes foi um destacado bispo católico brasileiro e bispo-emérito da Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda, desempenhando um papel significativo na redemocratização do Brasil durante o período da ditadura militar.

Nascido em Murici, no estado de Alagoas, em 29 de julho de 1923, Dom Waldyr era filho de Modesto e Maria Novaes. Passou sua infância na cidade até os treze anos de idade. Em 25 de julho de 1948, foi ordenado sacerdote e cursou teologia no Seminário de São José, na cidade do Rio de Janeiro, onde exerceu o sacerdócio até 25 de fevereiro de 1964. Nesse ano, o Papa Paulo VI o nomeou bispo titular de Mulia e Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Sua ordenação episcopal ocorreu em 1º de maio de 1964, pelas mãos do Cardeal Jaime de Barros Câmara, adotando como lema de vida episcopal “AMEN, ALELUIA!”. Em 20 de outubro de 1966, foi designado bispo da Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda, tornando-se o 5º Bispo Diocesano em 8 de dezembro do mesmo ano.

Em 1967, foi detido após a prisão de quatro agentes pastorais que distribuíam panfletos sobre a carestia.

Dom Waldyr ficou conhecido por seu engajamento nas lutas sociais em prol dos menos favorecidos, apoiando movimentos como o dos posseiros e o movimento sindical. Ele nunca resistiu abrigo e apoio aos perseguidos políticos que buscaram sua ajuda. Lutou incessantemente pelos direitos dos trabalhadores e de todos os segmentos oprimidos da população brasileira, estendendo seu apoio também às lutas de outros povos pela liberdade e pelo fim da exploração econômica da força de trabalho.

Em 17 de novembro de 1999, o Papa João Paulo II aceitou sua renúncia por atingir o limite de idade.

Greve de 1988 na CSN Dom Waldyr teve uma atuação marcante no triste episódio de 9 de novembro de 1988, quando as tropas do exército invadiram a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), resultaram na morte de três trabalhadores e deixaram outros 40 feridos.

Em sua homenagem, foi criada a Comissão Municipal da Verdade Dom Waldyr Calheiros, cujo relatório final, com 589 páginas, foi divulgado em 2015, esclarecendo os detalhes dessa greve.

Dom Waldyr faleceu na manhã de 30 de novembro de 2013, após permanecer internado por 11 dias na UTI do Hospital da Unimed para tratar de uma pneumonia grave. Ele é lembrado como uma das figuras mais importantes da história de Volta Redonda, deixando como legado sua luta em prol dos pobres e perseguidos, além de ser um exemplo de vida. Seu sepultamento ocorreu em uma cripta no interior da igreja Santa Cecília, em Volta Redonda.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa