Campanhas

51 anos da Guerrilha do Araguaia

No dia 12 de abril, ocorreu o primeiro enfrentamento armado do episódio que entrou para a história do Brasil como a Guerrilha do Araguaia, uma luta armada dirigida pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) no sul do estado do Pará, mais exatamente numa região conhecida como Bico do Papagaio. Dezenas de militantes comunistas de várias partes do país deslocaram-se para tal localidade e, junto às massas camponesas, deflagraram aquela luta que, até os dias atuais, foi o marco político e ideológico mais importante da luta de classes no Brasil.

Durante dois anos, de 1972 a 1974, em pleno regime militar fascista, os guerrilheiros do Araguaia enfrentaram heroicamente três grandes campanhas do exército reacionário em conjunto com as demais forças armadas (aeronáutica e marinha), além da Polícia Militar. A primeira campanha das forças de repressão contou com 5 mil soldados, a segunda com 15 mil e a terceira com 5 a 6 mil, segundo o documento Gloriosa jornada de luta, de 1976.

Praticamente, todos os revolucionários caíram em combate nas selvas do sul do Pará. Entre eles, guerrilheiros como o Osvaldão, o comandante negro do Araguaia; o histórico dirigente comunista Maurício Grabois, o ‘Velho Mário’; comunistas destemidas como Jana Moroni, Walquíria Afonso da Costa, entre outras mulheres que, com moral e bravura elevadas, entraram para a nossa história como heroínas de nosso povo.

A Guerrilha do Araguaia foi revisitada várias vezes no cinema, seja no documentário “Soldados do Araguaia” (BRA, 2018) dirigido por Belisário Franca – disponível no Amazon Prime Vídeo – ou no longa “Araguaya: A Conspiração do Silêncio” (BRA, 2006) dirigido por Ronaldo Duque. O programa Caminhos da Reportagem da TV Brasil também produziu um excelente documentário sobre o tema: “Guerrilha do Araguaia” – disponível no Youtube.

A memória e o legado daqueles revolucionários que verteram generosamente seu sangue no Araguaia permanecerão imortais e servem como fonte de inspiração para todas e todos que lutam por justiça social e uma sociedade mais igualitária. A repressão violenta e bárbara que se abateu sobre os militantes do Araguaia serve como um aviso do que regimes de força e exceção são capazes de fazer quando chegam ao poder.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa