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Memória: Em 1988 Pinochet anuncia referendo no Chile

Em 15 de maio de 1988, o presidente do Chile, Augusto Pinochet, anunciou que convocaria um referendo nacional sobre sua permanência no poder, que estava sendo contestada por muitos chilenos e pela comunidade internacional devido às violações dos direitos humanos cometidas durante seu governo autoritário.

O referendo foi realizado em 5 de outubro de 1988 e a opção “Não” (No), que significava a remoção de Pinochet do poder, ganhou por 56% dos votos, levando a eleições democráticas em 1989. O referendo de 1988 é considerado um marco na história política do Chile e da América Latina, simbolizando a transição de regimes autoritários para a democracia em muitos países da região.

Pressão internacional

O anúncio do referendo em 1988 foi uma surpresa para muitos, já que Pinochet havia sido um ditador ferrenho desde o golpe militar que o levou ao poder em 1973. Seu governo ficou conhecido por sua brutalidade e repressão, com relatos de prisões, tortura e assassinatos de oponentes políticos e outros cidadãos que se opunham ao regime.

No entanto, a pressão internacional e a crescente insatisfação interna levaram Pinochet a convocar o referendo. A campanha eleitoral foi acirrada e polarizada, com Pinochet defendendo seu legado de crescimento econômico e estabilidade, enquanto os opositores denunciavam as violações dos direitos humanos e a falta de liberdade política sob seu regime.

Vitória do “Não”

No dia da votação, milhões de chilenos compareceram às urnas para decidir o futuro do país. A vitória do “Não” foi comemorada em todo o mundo como uma vitória para a democracia e os direitos humanos. Pinochet aceitou a decisão do povo chileno e, em março de 1990, entregou o poder ao presidente eleito democraticamente, Patricio Aylwin.

O referendo de 1988 foi um momento histórico para o Chile e para a América Latina, mostrando que a vontade popular pode derrubar um regime autoritário e abrir caminho para a democracia. Desde então, o Chile se tornou um dos países mais estáveis e prósperos da região, com eleições regulares e um forte compromisso com os direitos humanos e a justiça social. O legado de Pinochet, no entanto, ainda é debatido e seu papel na história chilena continua controverso.

Golpe militar no Chile

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa