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Dia Nacional do Reggae

Instituído no Brasil pela Lei Federal nº 12.630/2012, o dia 11 de maio tornou-se o Dia Nacional do Reggae. A data para celebração deste gênero musical, originário da Jamaica, foi escolhida por ser o dia em que faleceu Robert Nesta Marley, mais conhecido como Bob Marley, em 1981, aos 36 anos de idade, em Miami (EUA). No Rio de Janeiro foi Instituído Dia Estadual do Reggae LEI Nº 7541/2017.

O reggae é um gênero musical que tem como raízes a cultura jamaicana e o movimento rastafári. Sua mensagem é de amor, paz, justiça social e espiritualidade, temas que foram muito presentes na obra de Bob Marley e em outros artistas desse estilo musical.

No Brasil, o reggae ganhou força nas décadas de 1970 e 1980, principalmente em São Luís do Maranhão, onde se desenvolveu uma cena musical rica e diversa. O reggae também se tornou muito popular em outros estados, como Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, principalmente na Baixada Fluminense, e hoje em dia é um gênero musical muito presente em festas e eventos culturais em todo o país.

Reggae no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro foi um estado onde alguns dos pioneiros do reggae brasileiro surgiram com bandas como Lumiar, Cidade Negra, Dom Luiz Rasta, KMD5 e outros. Foi em Belfort Roxo, na Baixada Fluminense, foi um dos primeiros lugares onde o reggae se enraizou no Rio. Lumiar, que mais tarde se tornou Cidade Negra, assinou um contrato e o resto é história da música popular contemporânea brasileira.

Havia um verdadeiro movimento de reggae acontecendo no Rio de Janeiro – parecia que eu tinha caído de paraquedas em Kingston, Jamaica, mas em vez disso, estava acontecendo em Belfort Roxo, onde a cena era talvez ainda mais intensa. Antes da BBC entrevistar Lumiar, um dos membros da banda havia acabado de experimentar o assassinato de vários parentes pela chamada “polícia mineira”.

Outra banda era Negril, que conheci em sua forma embrionária em 1989 enquanto procurava histórias sobre o Rio para um programa da BBC. Na época, eles se chamavam KMD5 e ensaiavam em uma sala pequena e escura em Belfort Roxo, sob um sol de 40 graus Celsius.

Por um ano e meio, Lumiar evoluiu no palco e em estúdios de ensaio. Pela primeira vez, seus membros tiveram a oportunidade de refinar seu trabalho em condições minimamente aceitáveis. Eles também estavam aprendendo cada vez mais sobre a história do reggae – das produções clássicas dos grandes mestres aos novos lançamentos que surgiam na Jamaica e em Londres.

Para Ras Bernardo, esse período fértil de imersão no universo do reggae não comprometeu sua intuição musical ou sua faísca criativa, que já o havia levado além da Baixada Fluminense. No entanto, é impossível contar a história do reggae no Brasil sem mencionar o nome de Ras Bernardo. Se você menciona um, deve mencionar o outro – suas histórias correm paralelas ao longo do tempo. Já se passaram quase vinte anos desde que Ras Bernardo montou uma banda para participar de um pequeno festival em Belford Roxo, mais por intuição do que planejamento. Essa mesma banda anteciparia uma onda que só explodiria na cena musical brasileira anos depois.

Honrando todo o patrimônio cultural que o destino lhe havia dado, a Cidade Negra espalhou o reggae por todo o país. Mais tarde, inspirado pela recepção calorosa do pequeno público que resistiu a tudo e apoiou teimosamente aquela cena de reggae ainda incipiente, o agora renomeado Movimento Reggae-NEC decidiu se espalhar pela cidade. Em 1988, não havia lugar melhor para lançar novas ideias musicais do que o Circo Voador, na Lapa. Um local democrático e revolucionário desde sua criação, a tenda mítica do Circo tornou-se o abrigo perfeito para novas bandas de reggae, cheias de energia e fogo, prontas para causar um incêndio de grandes proporções em Babilônia.

Ras Bernardo saiu da Cidade Negra

O Dia Nacional do Reggae é uma oportunidade para celebrar a música e a cultura jamaicana, bem como para refletir sobre a mensagem de amor e paz que o reggae transmite. É uma data importante para todos os fãs desse estilo musical, que encontram no reggae uma fonte de inspiração e energia positiva.

 

 

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa