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Dona Ivone Lara Rainha do Samba

Dona Ivone morreu no dia 16 de abril de 2018 aos 96 anos, em consequência de um quadro de insuficiência cardiorrespiratória após permanecer internada por três dias no Centro de Tratamento e Terapia Intensiva (CTI) da Coordenação de Emergência Regional (CER), no Leblon, Rio de Janeiro. O velório aconteceu na Quadra do Império Serrano, sua escola do coração, em Madureira, na Zona Norte da cidade. O enterro de Dona Ivone aconteceu no Cemitério de Inhaúma, no Rio de Janeiro.

Cantora e compositora brasileira, revolucionou o universo machista do samba ao se tornar a primeira mulher na ala de compositores do Império Serrano. Também criou inúmeros clássicos do samba de raiz inspirados no cotidiano popular e conquistou respeito e reverência da MPB ao longo dos 96 anos de vida.

Conhecida como Rainha do Samba e Grande Dama do Samba Yvonne era formada em Enfermagem e serviço social, com especialização em Terapia Ocupacional, foi assistente social até se aposentar em 1977. Nesta função trabalhou em hospitais psiquiátricos, onde conheceu a dra. Nise da Silveira e ajudou na reforma psiquiátrica no Brasil.

Saiba quem foi Nise da Silveira:

Memória: Nise da Silveira pioneira da reforma psiquiátrica

Com a morte da mãe Emerentina Bento da Silva que era costureira e cantava nos ranchos carnavalescos tradicionais do Rio de Janeiro, como o Flor do Abacate e o Ameno Resedá aos três anos de idade, e do pai João da Silvaviolonista de sete cordas que desfilava no Bloco dos Africanos. Lara aos doze, foi criada pelos tios e com eles aprendeu a tocar cavaquinho e a ouvir samba, ao lado do primo Mestre Fuleiro; teve aulas de canto com Lucília Villa-Lobos e recebeu elogios do marido desta, o maestro Villa-Lobos.

Casou-se aos 25 anos de idade com Oscar Costa, filho de Afredo Costa, presidente da escola de samba Prazer da Serrinha, onde conheceu alguns compositores que viriam a ser seus parceiros em algumas composições, como Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira. Em 2008 ela perde seu filho Odir, vítima de complicações decorrentes da diabetes.

Compôs o samba Nasci para sofrer, que se tornou o hino da escola. Com a fundação do Império Serrano, em 1947, passou a desfilar na ala das baianas.

Compôs o samba Não me perguntes, mas a consagração veio em 1965, com Os cinco bailes da história do Rio quando tornou-se a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores de escola de samba.

Aposentada em 1977, passou a dedicar-se exclusivamente à carreira artística. Entre os intérpretes que gravaram suas composições destacam-se Clara Nunes, Roberto Ribeiro, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paula Toller, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Mariene de Castro e Roberta Sá. Em 2015, entrou para a lista das “Dez Grandes Mulheres que Marcaram a História do Rio.

Em 2021, em sua homenagem e da luta de todas as mulheres do samba, foi criado o dia da mulher sambista, no Rio de Janeiro por conta da data, de 13 a 19 de abril se comemora a semana da mulher sambista.

Dia da Mulher Sambista

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa