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Legado de Joãozinho da Goméia: Dia Estadual de Conscientização contra o Racismo Religioso

O local que outrora abrigou o Terreiro da Goméia, liderado por Joãozinho até seu falecimento e desativado há décadas, foi oficialmente reconhecido como um sítio de importância histórica e cultural através do processo de tombamento. Essa decisão é um reconhecimento da relevância cultural e espiritual deste espaço na história tanto do Rio de Janeiro quanto do Brasil.

Além desse avanço, o governador sancionou a Lei Nº 9259/2021, proposta pela deputada estadual Mônica Francisco, estabelecendo o dia 27 de março como o Dia Estadual de Conscientização contra o Racismo Religioso, também reconhecido como Dia Joãozinho da Goméia. Esta iniciativa visa destacar os desafios enfrentados pelos praticantes das religiões de matriz africana no estado do Rio de Janeiro, enfatizando a importância da conscientização e da luta contra o racismo religioso.

Conheça um pouco sobre Joãozinho da Goméia

A trajetória de João Alves Torres Filho, conhecido como Joãozinho da Goméia, é marcada por sua significativa contribuição para o Candomblé e para a cultura brasileira. Nascido em 27 de março de 1914, em Inhambupe, na Bahia, Joãozinho iniciou sua jornada espiritual em 1933, sendo iniciado na tradição Angola. Ao longo de sua vida, tornou-se uma figura icônica no cenário religioso, refazendo santo no Terreiro de Gantois e estabelecendo seu próprio terreiro na rua da Goméia, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

A aprovação do Dia Estadual de Conscientização contra o Racismo Religioso e o tombamento do Terreiro da Goméia representam não apenas um reconhecimento da importância histórica e cultural de Joãozinho da Goméia, mas também um passo significativo na luta contra o preconceito e a discriminação religiosa. Essas medidas refletem o compromisso do estado do Rio de Janeiro em promover a diversidade religiosa e proteger o patrimônio cultural afro-brasileiro.

O legado de Joãozinho da Goméia vive não apenas na memória de seus seguidores, mas também na preservação de seu espaço sagrado e na promoção da igualdade e do respeito entre todas as religiões. Que o Dia Estadual de Conscientização contra o Racismo Religioso seja um momento para refletirmos sobre a importância do respeito à diversidade religiosa e para renovarmos nosso compromisso com a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva para todos os brasileiros.

Tentativa de apagar a memória de Joãozinho da Goméia

Em junho de 2020, o então prefeito Washington Reis anunciou seus planos para a construção de uma creche no local onde anteriormente se encontrava o barracão de Joãozinho da Goméia. No entanto, se não fosse pela liderança de Mãe Seci, o terreno onde a Goméia operava poderia ter sido perdido para sempre.

Após a mobilização de diversos grupos sociais, religiosos, culturais e dos herdeiros de Tata Londirá, que se uniram para realizar um abraço simbólico em defesa do terreiro, uma ação foi levada ao Ministério Público Federal e à Defensoria Pública. Essa mobilização levou o prefeito a receber a Comissão Goméia. Após o encontro, o prefeito anunciou que havia decidido desistir da ideia de construir a creche “Pequeno Guerreiro” no local.

Terreiro da Gomeia agora é patrimônio cultural e histórico do Rio

No vídeo abaixo, participação do “Rei do Candomblé”, Joãozinho da Goméia no filme “Copacabana Mon Amour” de 1970, dirigido por Rogério Sganzerla. [Imagens da restauração realizada em 2013].

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