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Memória: 29 anos sem Mario Quintana

Mario Quintana, faleceu no dia 05 de maio de 1994, aos 87 anos, em Porto Alegre. Encontra-se sepultado no Cemitério São Miguel e Almas em Porto Alegre. Em 2006, no centenário de seu nascimento, várias comemorações foram realizadas no estado do Rio Grande do Sul em sua homenagem.

Poeta pertencente à segunda geração do modernismo, é um dos mais importantes poetas brasileiros. Seus poemas, expressos em uma linguagem simples, mas extremamente poética e reveladora dos sentimentos humanos, apresentam uma dinamicidade de aspectos, o que torna difícil categorizar o autor dentro de uma única característica.

Mario de Miranda Quintana, mais conhecido como Mario Quintana, nasceu na cidade de Alegrete, no Rio Grande do Sul, em 30 de julho de 1906. Foi poeta, tradutor e jornalista. Cursou os estudos básicos na cidade em que nasceu. Mudou-se com a família para Porto Alegre, em 1919, e ingressou no Colégio Militar, onde publicou, em uma revista editada pelos próprios estudantes, seus primeiros poemas.

Em 1929, iniciou sua carreira no jornalismo, iniciando sua colaboração no jornal O Estado do Rio Grande, o que lhe permitiu estabelecer contato com escritores e intelectuais, como Augusto Meyer e Érico Veríssimo. Iniciou, em 1934, sua carreira de tradutor.

Em 1940, seu primeiro livro de poesia, intitulado A Rua dos Cataventos, que contém sonetos de influência parnasiana, foi publicado. Sua segunda obra de poemas foi o livro Canções, de 1946, em que há poemas que expressam uma maior liberdade formal do que sua primeira obra, tendência que permaneceu e marcou sua produção poética.

Em 1953, Mario Quintana passou a trabalhar no jornal Correio do Povo, sendo colunista do caderno de cultura até 1977. Quando o poeta fez aniversário de 60 anos, foi publicada sua Antologia poética, com a reunião de 60 poemas inéditos. Paralela à sua carreira como poeta e jornalista, Quintana dedicou-se muito à tradução, tendo traduzido mais de 130 obras, entre elas o famoso romance Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust, e Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf.

Em 1980, recebeu o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (ABL), pelo conjunto de sua obra. Apesar desse reconhecimento da ABL, o poeta, pertencente à segunda geração do modernismo brasileiro, nunca conseguiu ser eleito para ocupar uma cadeira na academia, mesmo que tivesse tentado isso por três vezes. Ao ser convidado a candidatar-se pela quarta vez, e mesmo com a promessa de unanimidade em torno de seu nome, Mario Quintana recusou.

“Se Mário Quintana estivesse na ABL, não mudaria sua vida ou sua obra. Mas não estando lá, é um prejuízo para a própria Academia.” Luís Fernando Veríssimo

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa