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Memória: Massacre de Houla

O massacre de Houla, ocorrido em 25 de maio de 2012, é uma das tragédias mais chocantes da guerra civil síria. Acontecendo em duas vilas na região de Houla, na Síria, este ataque resultou na morte de 108 pessoas, incluindo 34 mulheres e 49 crianças, conforme relatado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

De acordo com a ONU, uma pequena proporção das mortes resultou do uso de tanques e artilharia pelo Exército Sírio. Rupert Colville, então porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, afirmou que “menos de 20 dos 108 assassinatos podem ter sido provocados por disparos de artilharia e tanques”. A maioria das vítimas, no entanto, foi executada sumariamente em dois incidentes separados.

Os moradores locais apontaram milícias pró-governo, conhecidas como Shabiha, como responsáveis pelo massacre. Estes grupos são formados por apoiadores do regime de Bashar al-Assad e são conhecidos por sua brutalidade. Testemunhas do massacre relataram que homens armados em uniformes militares, possivelmente pertencentes às forças armadas ou à milícia Shabiha, foram os responsáveis pelas execuções.

Antes do massacre, os moradores de Houla enviaram pedidos de ajuda à ONU, alertando sobre um ataque iminente pelo governo. Infelizmente, esses pedidos não foram atendidos a tempo de evitar a tragédia.

A resposta internacional ao massacre foi rápida. Em 28 de maio, a Human Rights Watch (HRW) divulgou um relatório baseado em entrevistas com sobreviventes e ativistas da área. O relatório confirmou que o massacre foi realizado por homens armados pró-governo. A HRW também forneceu uma lista detalhada das vítimas, destacando que 62 delas eram membros da família Abdel Razzak.

Em 29 de maio, várias nações, incluindo Austrália, Bulgária, Canadá, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Itália, Espanha, Holanda, Suíça e Estados Unidos, expulsaram diplomatas sírios em resposta ao massacre. Esta ação representou uma condenação internacional significativa e uma tentativa de pressionar o regime sírio a cessar suas ações violentas contra civis.

O massacre de Houla permanece como um símbolo da brutalidade e da complexidade do conflito sírio. Ele destaca a vulnerabilidade dos civis em zonas de guerra e a necessidade urgente de intervenção e proteção internacional. A tragédia de Houla também sublinha a importância de responsabilizar os perpetradores de crimes de guerra para prevenir futuras atrocidades.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa