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Massacre de Sharpeville

No dia 21 de março de 1960, o regime do apartheid da África do Sul cometeu o crime conhecido como “o massacre de Sharpeville”.

Mais de 20 mil sul africanos protestavam pacificamente e desarmados contra a Lei de Passe. A proposta era que ocorresse um ato pacífico, onde a população não portaria o documento, para que todos fossem presos, fato que causaria problemas às administrações locais, em virtude do número de pessoas postas atrás das grades. No entanto, um grupo de policiais decidiu abrir fogo contra os manifestantes.

69 jovens negros foram assassinados e mais de 200 ficaram feridos no bairro de Sharpeville, na cidade de Johannesburgo, apenas por terem saído às ruas, pacificamente, para reivindicar a extinção da Lei do Passe, que obrigava os negros a portarem cartões com o registro dos locais por onde lhes era permitido circular.

Após a institucionalização do Apartheid (1948), diversas leis foram impostas pela minoria branca sul africana, decretando uma efetiva separação entre estes e a população negra e mestiça. A Lei de Passe, de 1945, exigia que os negros portassem uma caderneta na qual estava escrito onde eles poderiam ir, a cor, a etnia, a profissão, como forma de controle do Estado. À população negra era obrigatória a apresentação do registro sempre que solicitado pelos policiais sul-africanos, caso contrário, seriam detidos.

O massacre gerou uma onda de protestos que ganhou o país e teve grande repercussão na imprensa internacional. O apartheid, mas também os movimentos de luta foram intensificados.

O governo africâner baniu qualquer organização política na África do Sul, levando à clandestinidade partidos como o Congresso Nacional Africano (CNA). Estava declarado estado de emergência no país. Mandela abandonou os princípios da desobediência pacífica a partir da fundação do Umkhonto we Sizwe, braço armado do CNA. A luta armada foi intensificada. Em 12 de junho de 1964, Madiba foi preso.

A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Para que essa data não fosse esquecida.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa