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Memória: Charles Darwin

Charles Darwin faleceu em 19 de abril de 1882, deixando um legado duradouro na ciência. Apesar das críticas da Igreja a suas ideias revolucionárias, ele foi enterrado na abadia de Westminster, um tributo à sua contribuição para o entendimento da vida na Terra.

Nascido em 12 de fevereiro de 1809, na cidade de Shrewsbury, Inglaterra, é reconhecido como uma figura central na história da ciência. Desde tenra idade, Darwin demonstrou um fascínio pela natureza, dedicando-se à coleta de espécimes e à realização de experimentos em um laboratório de química que compartilhava com seu irmão.

Sua contribuição mais significativa para a ciência foi sua obra seminal “A Origem das Espécies”, publicada em 1859. Este livro revolucionário lançou as bases para a teoria da evolução, que se tornou uma das ideias mais influentes e amplamente aceitas na biologia moderna.

Nascido em uma família abastada e religiosa, Darwin foi o filho de Robert Waring Darwin e Susannah Wedgwood, e cresceu em meio a três irmãs e um irmão. Sua mãe faleceu quando ele tinha apenas oito anos, mas seu interesse pela natureza só se intensificou ao longo dos anos. Durante sua infância, ele desenvolveu uma paixão pela coleta de espécimes e aprendeu habilidades como pesca e caça.

Após iniciar os estudos de Medicina aos 16 anos, Darwin logo percebeu que sua verdadeira paixão residia na exploração da natureza. Ele abandonou o curso e, em vez disso, foi para a Universidade de Cambridge, onde conheceu o influente naturalista John Stevens Henslow. Foi Henslow quem recomendou Darwin para uma posição na expedição do navio HMS Beagle, uma viagem de cinco anos que levou Darwin ao redor do mundo, permitindo-lhe coletar espécimes e fazer observações que o levaram a desenvolver suas teorias sobre a evolução.

Durante a viagem, Darwin fez paradas importantes, incluindo nas ilhas Galápagos, onde suas observações sobre a diversidade de espécies o levaram a conceber a teoria da seleção natural. Em 1839, ele se casou com sua prima de primeiro grau, Emma Wedgwood, com quem teve 10 filhos, embora três tenham morrido ainda na infância.

Dia de Darwin

O Dia de Darwin é uma celebração global que marca o aniversário do renomado naturalista inglês Charles Darwin, nascido em 12 de fevereiro de 1809. Este dia é dedicado a reconhecer as significativas contribuições de Darwin para o campo da ciência e para promover a importância da ciência em geral. A data é celebrada em todo o mundo, destacando a influência duradoura das teorias evolucionárias de Darwin e seu impacto nas ciências biológicas e além.

O evento recebe apoio de uma variedade de organizações e associações, incluindo grupos de pensadores livres, organizações humanistas e a Fundação para a Liberdade Religiosa. Nos Estados Unidos, o Center for Inquiry e a Associação Humanista Americana, juntamente com a Associação Humanista Britânica no Reino Unido, desempenham papéis importantes na promoção do Dia de Darwin. Desde 1999, o Freethought Alliance Campus e a Alliance of Human Human Societies têm contribuído para ampliar a divulgação do evento entre seus membros. O convite é estendido a todos os grupos humanistas e céticos para participar das celebrações em 12 de fevereiro, tanto nos Estados Unidos quanto em outros países, com especial destaque para a Ásia.

O ano de 2009 foi particularmente significativo para as comemorações do Dia de Darwin, marcando o bicentenário do nascimento de Darwin e o 150º aniversário da publicação de sua obra mais famosa, “A Origem das Espécies”. A participação de instituições prestigiosas como a Universidade de Cambridge e o Museu de História Natural de Londres acrescentou ainda mais destaque a essa ocasião especial, ressaltando a relevância contínua das ideias revolucionárias de Darwin para o mundo científico e além.

A Origem das Espécies

Quando Charles Darwin retornou à Inglaterra após sua célebre expedição a bordo do Beagle, ele trouxe consigo uma compreensão revolucionária: as espécies estavam sujeitas a mudanças ao longo do tempo. No entanto, por preocupações religiosas, Darwin hesitou em publicar imediatamente suas descobertas. Inicialmente, suas obras focavam na descrição da fauna e flora dos lugares que havia visitado durante a viagem.

Em 1858, Darwin recebeu uma carta de Alfred Russel Wallace, outro naturalista, que havia chegado a conclusões semelhantes às suas. Esse evento o impulsionou a finalmente elaborar e publicar suas teorias o mais rápido possível. Com a ajuda de dois amigos e pesquisadores, Hooker e Lyell, Darwin e Wallace apresentaram seus trabalhos simultaneamente, evitando assim que um dos dois publicasse primeiro sua teoria.

A principal obra de Darwin, intitulada “A Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural”, foi lançada um ano depois, em 1859. Mais tarde, o livro seria renomeado para o título pelo qual é mais conhecido hoje: “A Origem das Espécies”. Apesar de seu sucesso de vendas, a teoria evolucionária de Darwin enfrentou resistência, especialmente por parte dos setores religiosos.

Teoria da seleção natural

Na sua obra seminal, Charles Darwin introduziu a teoria da seleção natural como o mecanismo fundamental responsável pela evolução das espécies. Segundo essa teoria, os organismos vivos estão constantemente sujeitos a uma luta pela sobrevivência no seu ambiente natural, sendo o próprio ambiente o responsável por selecionar os mais aptos a sobreviverem e se reproduzirem. Assim, os indivíduos que possuem características vantajosas têm maior probabilidade de sobreviver e transmitir essas características aos seus descendentes ao longo das gerações, levando à perpetuação das características favoráveis na população.

Um exemplo ilustrativo desse processo pode ser observado na relação entre raposas e roedores em um determinado ambiente. Suponha-se que, inicialmente, haja mais roedores brancos do que pretos. No entanto, os roedores brancos, por serem mais facilmente visíveis para as raposas, são mais frequentemente capturados e predados. Como resultado, ao longo do tempo, a proporção de roedores pretos aumenta, já que esses indivíduos têm maior capacidade de camuflagem e, portanto, maior probabilidade de sobreviverem e se reproduzirem.

Essa observação demonstra como o ambiente seleciona características favoráveis em uma população ao longo do tempo, um processo essencial na teoria da seleção natural.

Embora a teoria da seleção natural de Darwin tenha fornecido uma compreensão profunda sobre a evolução das espécies, ele não conseguiu explicar completamente os mecanismos de hereditariedade. Essas explicações só foram possíveis com o desenvolvimento posterior da genética. No entanto, a teoria da seleção natural continua sendo uma pedra angular na compreensão da evolução biológica.

Para uma exploração mais aprofundada sobre o tema, recomenda-se a leitura do nosso artigo: “O que é seleção natural?”

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa