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Memória da morte de Garrincha o “Anjo das pernas tortas”

Manoel Francisco dos Santos, mais conhecido como Garrincha, morreu no dia 20 de janeiro de 1983 aos 49 anos, no Rio de Janeiro.

Apelidado de “Anjo das pernas tortas”, Garrincha assim era chamado por conta do estrabismo, um desequilíbrio da pelve, seis centímetros de diferença de comprimento entre as pernas; o joelho direito tinha valgismo e o esquerdo verismo.

Mané é considerado o mais habilidoso ponta-direita do futebol brasileiro e também o melhor driblador, tendo seu futebol comparado ao de Pelé, e alguns jornalistas o colocavam como melhor que o Rei. Seus adversários eram chamados de “João Bobo”.

Com a camisa do Brasil, Mané conquistou duas Copas do Mundo, de 1958 e 1962 quando, após a contusão de Pelé, se tornou o principal jogador do time brasileiro. Dos 14 gols do Brasil na competição, seis (42%) passaram por seus pés (marcou quatro e deu duas assistências para gols). Neste torneio, ele se tornou o primeiro jogador a ganhar a Bola de Ouro (melhor jogador do torneio), a Chuteira de Ouro (artilheiro da competição) e o troféu da Copa do Mundo numa mesma edição. Por conta disso, a Copa do Mundo de 1962 é conhecida no Brasil como “A Copa do Garrincha”.

Incluído na Seleção de Futebol do Século XX por 250 dos escritores e jornalistas de futebol mais respeitados do mundo, ele foi selecionado, em 1994 para a Seleção de Todos os Tempos da Copa do Mundo FIFA e ficou em sétimo lugar numa votação entre especialistas da FIFA sobre o melhor jogador do Século XX.

Passou quase toda a sua carreira no Botafogo, se tornando o maior ídolo do clube carioca, e admirado por todo mundo. Eternizado nas palavras de Drummond:

Se há um Deus que regula o futebol, esse Deus é sobretudo irônico, farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos nos estádios. Mas, como é também um Deus cruel, tirou do estonteante Garrincha a faculdade de perceber sua condição de agente divino. Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas voltam e não há outro Garrincha disponível. Precisa-se de um novo que nos alimente o sonho.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa