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Memória: Graciliano Ramos

No dia 20 de março de 1953, morreu no Graciliano Ramos, no Rio de Janeiro, vítima de um câncer no pulmão. Considerado um dos maiores escritores do país, também era romancista, cronista, contista, jornalista, político e memorialista brasileiro do século XX, mais conhecido por sua obra Vidas Secas.

Graciliano era de família de classe média e vivia migrando pelas cidades do Nordeste do Brasil, já adulto trabalhava como jornalista na cidade do Rio de Janeiro, onde escreveu para O Malho e Correio da Manhã, e voltou ao Nordeste em luto por perder quatro irmãos de Graciliano mortos pela peste bubônica.

Casou-se e foi eleito prefeito, cargo que exerceu por dois anos da cidade de Palmeira dos Índios. Logo, voltou a escrever e publicou seu primeiro romance, Caetés (1933). Vivendo em Maceió durante a maior parte da década de 1930, trabalhou na Imprensa Oficial e publicou São Bernardo.

Morando na capital alagoana, Graciliano foi preso acusado de ser “militante comunista”, fato que o inspirou a escrever duas obras: Angústia (1936) e o texto “Baleia”, que daria origem à Vidas Secas em 1938.

“Chegamos ao quartel do 20º Batalhão. Estivera ali em 1930, envolveu-me estupidamente numa conspiração besta com um coronel, um major e um comandante da polícia e, vinte e quatro horas depois, achei-me preso e só. Pensando nessas coisas, desci do automóvel, atravessei o pátio que, em 1930, via cheio de entusiastas enfeitados com braçadeiras vermelhas. (…). Se todos os sujeitos perseguidos fizeram como eu, não teriam sofrido uma só revolução no mundo. Revolucionário chinfrim. As minhas armas, fracas e de papel, só podiam ser manejadas sem isolamento.”

Em liberdade, ao lado de Prestes, Graciliano se filiou ao Partido Comunista Brasileiro, onde realizou diversas viagens para países da Europa incluindo a União Soviética.

Suas obras póstumas notáveis ​​incluem Memórias do Cárcere, a crônica Viagem e o livro de contos Histórias de Alexandre. Tradutor de obras em inglês e francês e homenageado com diversos prêmios em vida, a obra de Graciliano Ramos recebeu ricamente da crítica literária e atenção do mundo acadêmico. Seu romance modernista também conhecido como regionalista Vidas Secas é visto como um clássico da literatura brasileira.

Após sua morte, a editora José Olympio passou longos tempos sem reeditar as obras do autor, mesmo tendo procurado por parte do público. Isso motivou a família a vender os direitos de publicação à editora Martins, que, na década de 1960, lançou sua obra completa.

A obra de Graciliano Ramos apresenta como principais características, no que se refere aos aspectos formais, o uso de uma linguagem objetiva, o que fazia parte de um projeto da segunda fase do modernismo brasileiro, classificado como regionalista.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa