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Nascimento de Olavo Bilac poeta ícone do movimento parnasiano

Olavo Bilac, figura proeminente da literatura brasileira, deixou um legado duradouro como poeta, contista e jornalista. Nasceu em 16 de dezembro de 1865, no Rio de Janeiro, filho do cirurgião do exército, Brás Martins dos Guimarães, e de Delfina Belmira Gomes de Paula. Sua infância foi marcada pela ausência do pai, que retornou da Guerra do Paraguai quando Bilac tinha apenas cinco anos.

Embora tenha ingressado na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e posteriormente na de Direito em São Paulo, por desejo paterno, não concluiu nenhum dos cursos. Sua verdadeira paixão repousava na poesia e no jornalismo, revelando seu talento inicialmente na Gazeta Acadêmica, em 1883.

O poeta rapidamente se imergiu no movimento Parnasiano, destacando-se pela meticulosidade formal, pela busca de vocabulário requintado, rimas elaboradas e pela rigidez das regras da composição poética. Seu brilhantismo refletiu-se na criação da letra do Hino à Bandeira, evidenciando sua dedicação à pátria e ao nacionalismo.

Ao longo de sua carreira, colaborou com várias publicações, incluindo a Gazeta de Notícias, A Semana e o Diário de Notícias, onde trabalhou ao lado de renomados escritores como Machado de Assis, Alberto de Oliveira, Coelho Neto, Raul Pompéia, Raimundo Correia e Aluízio Azevedo.

Bilac enfrentou adversidades pessoais, como o impedimento de casar-se com Amélia de Oliveira devido à reprovação da família pela vida boêmia do poeta. Sua intensa participação política e envolvimento em campanhas cívicas, como republicano e nacionalista, culminaram na escrita do Hino à Bandeira e em críticas públicas, como as dirigidas a Raul Pompeia.

Em 1893, durante a revolta da Armada, foi perseguido pelo governo de Floriano Peixoto, levando-o a se refugiar temporariamente em Minas Gerais e posteriormente ser detido na Fortaleza da Lage, no Rio de Janeiro.

Fundador da Academia Brasileira de Letras em 1897, ocupou a cadeira de número 15 e, em 1907, foi reconhecido como o primeiro “Príncipe dos Poetas Brasileiros” em um concurso promovido pela revista Fon-Fon.

Além de sua contribuição literária, Bilac exerceu diversos cargos públicos e viajou pelo Brasil promovendo campanhas de alfabetização e serviço militar obrigatório. Faleceu em 28 de dezembro de 1918, no Rio de Janeiro, vítima de edema pulmonar e insuficiência cardíaca.

A obra de Bilac abrange uma variedade de temas, desde a mitologia greco-romana até questões patrióticas, reflexões sobre o amor e considerações líricas e filosóficas sobre a vida e a morte. Seus escritos, reunidos em obras como “Poesias”, “Crônicas e Novelas”, “Ironia e Piedade” e “Tarde” (publicação póstuma), continuam a ecoar como parte essencial da rica herança literária brasileira.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa