Brasil

Mulheres vítimas de violência estão na lista dos que mais perderam emprego na pandemia

A Lei Maria da Penha completa 15 anos na próxima semana, para a divulgação deste importante marco para a proteção da vida de milhares de mulheres a ComCausa – em rede com várias instituições da Baixada -, promoverá a campanha ‘Sete Dias pela Lei Maria da Penha’.
Além desta movimentação eletrônica, a ComCausa estará em um ato presencial na Praça Ruy Barbosa, no dia 06 de agosto de 2021, das 9 horas até 13 horas. No local será colocado uma barraca com materiais informativos e banners, além de haver a distribuição de folders sobre a Lei Maria da Penha e da rede de equipamentos do município de nova Iguaçu e do Governo do Estado.

As mulheres vítimas de violência no Brasil estão entre as que mais perderam renda e emprego na pandemia. É o que mostram os dados de uma pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e divulgada nesta segunda-feira (07/06).

Entre as mulheres que afirmam ter sofrido algum tipo de violência em 2020, 46,7% também perderam o emprego neste período. Já entre as que não sofreram agressões, a média cai para 29,5%. Entre as vítimas de violência, 61,8% disseram que a renda familiar diminuiu na pandemia. Das que não sofreram agressões, este percentual foi de 50%.

Em sua terceira edição, a pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil” ouviu 2.079 mulheres acima de 16 anos entre os dias 10 e 14 de maio deste ano, em 130 municípios do país. As respostas tinham como referência o período dos 12 meses anteriores à pesquisa.

Os dados coletados em maio não revelam se a mulher, uma vez que sofre violência doméstica, perde o emprego pela situação física e psicológica em que se encontra, ou se é justamente a perda do trabalho que eleva a tensão domiciliar e o aumenta o convívio com o agressor e, portanto, a violência. A pesquisa, no entanto, não permite identificar em que ordem ocorrem os dois eventos, explica a pesquisadora Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Os indicadores da pesquisa dão algumas pistas. Quando perguntadas sobre o fator que teve mais influência para que tenham sofrido violência, 25,1% citaram a perda de emprego ou impossibilidade de trabalhar para garantir renda própria. Outras 21,8% disseram que o principal fator foi a maior convivência com o agressor, e 9,2% mencionaram a dificuldade de ir até uma Delegacia da Mulher ou locais que funcionem como redes de proteção.

Na pesquisa, 50,8% das mulheres que sofreram violência disseram acreditar que a pandemia agravou de algum modo a violência que sofreram. A especialista afirma que as ferramentas criadas para que a denúncia da violência seja mais discreta, como a campanha do “Sinal Vermelho”, os canais via Whatsapp e telefone, são essenciais, mas não são o suficiente.

A pesquisa mostrou ainda que uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência no último ano no Brasil. Isso significa que cerca de 17 milhões de mulheres (24,4%) sofreram violência física, psicológica ou sexual no último ano, porcentagem que representa estabilidade em relação à pesquisa de 2019.

Como denunciar?

  • O governo federal oferece os seguintes canais de denúncia:
  • Disque 100
  • Ligue 180
  • Mensagem pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008
  • Telegram, no canal “Direitoshumanosbrasilbot”
  • Site da Ouvidoria do Ministério
  • Aplicativo “Direitos Humanos Brasil” (para iOS e Android)

Parceria:

Cese | Coordenadoria Ecumênica de Serviço

Apoio:

Fonte: G1

Emanoelle Cavalcanti

Acadêmica de psicologia, voluntária na Ong Médicos do Mundo