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Aniversário da Rebio Tinguá

A Rebio Tinguá foi criada no dia 23 de maio 1989 e encara diariamente diversas ameaças. Atualmente é administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – IBAMA – , contando com 26 mil hectares de Mata Atlântica.

Um dos maiores patrimônios naturais do país, foi criada pelo Decreto Federal nº 97.780, e abrange uma área de aproximadamente localizada entre a Baixada Fluminense e a Serra do Mar, compreende os municípios de Nova Iguaçu (onde ficava a sede administrativa), Duque de Caxias, Miguel Pereira e Petrópolis. O acesso à sede da REBIO é feito pelo bairro de Vila de Cava, distrito de Nova Iguaçu, e fica a 70 km da cidade do Rio e 16 km do centro de Nova Iguaçu.

A Rebio foi criada com o objetivo de proteger a Mata Atlântica e garantir o desenvolvimento de pesquisas científicas, ações de educação ambiental, mas também para a preservação do recursos hídricos que ainda abastecem moradores do Rio de Janeiro.

Segundo o ex-chefe da Rebio do Tinguá, Flávio Silva, falecido em 2016: “Se REBIO acabasse a sociedade estaria perdendo muito, tanto em termos dos recursos hídricos quanto em termos da biodiversidade. A Rebio é responsável por proteger espécies ameaçadas como o muriqui, a onça parda, e algumas espécies de ipês, por exemplo”, destacou.

História

A Rebio Tinguá tem sua história diretamente ligada a da cidade do Rio de Janeiro, e ao processo de crescimento da Baixada Fluminense, muito por conta dos mananciais hídricos de Serra Velha, Boa Esperança e Bacurubu, que até hoje contribuem para o abastecimento de água para boa parte da Baixada Fluminense.

As nascentes desses mananciais, nas antigas fazendas da Conceição, Tabuleiro e Provedor, estão até hoje bem conservadas e motivaram o primeiro ato de proteção do lugar, assinado por D. Pedro II. Em 1883, o Imperador decretou que todas as áreas ocupadas pelas referidas fazendas seriam consideradas, a partir de então, florestas protetoras. A primeira foi incorporada à União por meio de doação feita por Francisco Pinto Duarte, o Barão de Tinguá, e as outras duas adquiridas por desapropriação.

A área da reserva compreende 26 mil hectares de Mata Atlântica, fazendo limites com Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Petrópolis e Miguel Pereira. Importante bacia produtora de água potável, desde os tempos do Império, ela segue protegendo amostras representativas da Mata Atlântica e demais recursos naturais nela contidos, com especial atenção para os recursos hídricos.

Ameaças Recorrentes

Parte das ameaças à Rebio do Tinguá são ações ilegais de caçadores que matam animais silvestres para vender suas carnes. Além deles, existem palmiteiros, ladrões de areia, pedreiras clandestinas, passarinheiros e carvoeiros que contribuem para a destruição da flora e fauna locais.

Agentes de fiscalização da reserva promoveram, dia 31 de julho, um sobrevoo com o objetivo de monitorar pontos de supressão de vegetação no interior da Rebio e construção de novas residências. A operação contou com a parceria com Petrobras (que cedeu o helicóptero), da Delegacia da Polícia Federal em Nova Iguaçu (DPF-NI) e da Companhia Independente de Proteção Ambiental (Cipam).

Seis agentes de fiscalização caminharam por trilhas abertas na floresta, constataram irregularidades e apreenderam aves e instrumentos de captura em uma das residências recém-construídas ilegalmente. O morador deixou a casa aberta e os animais à vista, na área de serviço interna do imóvel.

A equipe constatou, ainda áreas desmatadas, corte de árvores no interior da reserva e um descampado aberto provavelmente recentemente. Outra irregularidade encontrada foi uma área já limpa e com movimentação de solo e indícios de uso de fogo no interior da Rebio.

Ao todo, segundo último levantamento feito na reserva, existem 350 famílias morando no interior da Rebio do Tinguá, que possui titularidade de sua terra toda regularizada. “O que temos, no caso com esses proprietários, é algumas sobreposições em termos de documentações. Conseguimos avançar firmando com proprietários um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), para executarmos, juntos, um programa de recuperação de áreas desmatadas”, explica o chefe da Rebio do Tinguá, Flávio Silva.

A urbanização do entorno e suas decorrências como o lixo, as descargas orgânicas, o assoreamento e a erosão das margens dos corpos hídricos e as atividades de lazer (com barramentos artificiais nos rios e cachoeiras) estão exigindo demais dos recursos ambientais já pressionados.

Curiosidade

A reserva do Tinguá possui um Kaiju ; em ‘Godzilla: Rei dos Monstros’, Behemoth é contido e monitorado no Monarch Outpost 58, em uma caverna no Rio de Janeiro, na Reserva do Tinguá, Brasil. Designado “Titanus Behemoth” (embora seja conhecido pelos habitantes locais como Mapinguari), seu arquivo é examinado brevemente pelo personagem Mark Russell.

Fonte: Ibama e do ICMBio

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa