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Ato reúne movimentos em defesa do legado de João Cândido

Neste 13 de maio, um dia simbolicamente marcado pela abolição da escravidão no Brasil, a Rua Turmalina, em Coelho da Rocha, tornou-se palco de uma homenagem a João Cândido Felisberto, conhecido como o Almirante Negro, em frente a sua casa. A convocação feita pelo Movimento Negro Unificado do Estado (MNU) do Rio de Janeiro e teve a participação de diversos líderes e ativistas, para relembrar a luta histórica e protestar contra recentes declarações da Marinha do Brasil.

Entre os presentes estavam, Adalberto Cândido (filho de João Cândido), mais conhecido como Seu Candinho, Lorrane Cândido (bisneta de João Cândido), Frei Táta (Pastoral Afro), e José Alípio (representante da UMNA). Também marcaram presença, Riva Maria Nepomuceno, bibliotecária voluntária do Museu Municipal Marinheiro João Cândido, Adriano Dias, da OSC ComCausa, Maria da Fé (conhecida como Fezinha, da Pastoral Afro), Ercília Coelho (COMIRA/Pastoral Afro), João Batista (MNU RJ), Leila Regina (Casa da Cultura), Lúcia Melo e Ane Rafaele (ambas da COMIRA e da Pastoral Afro), além de Marcelo Dias, Diretor Cultural do IPCN / Instituto de Pesquisa das Culturas Negras.

Desagravo a carta de Almirante

A carta divulgada pelo comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, criticando a figura de João Cândido e a Revolta da Chibata como “subversiva”, foi um dos principais assuntos abordados. Os participantes expressaram repúdio às declarações, que desconsideram o contexto histórico de brutalidade e injustiça que motivou a revolta dos marinheiros em 1910.

Na oportunidade do encontro, numa reunião na Casa da Cultura, também foram planejadas futuras ações para continuar a valorização do legado de João Cândido e a luta por justiça e igualdade. Ficou decidido que no dia 24 de junho haverá uma panfletagem em São João de Meriti e, em 28 de julho, um ato na Praça XV, junto ao busto de João Cândido, para marcar o que seria seu 144º aniversário.

Durante o evento, além de homenagear João Cândido, serviu como um forte lembrete da necessidade contínua de luta contra o racismo e a injustiça em todas as suas formas. A história de resistência de João Cândido continua a inspirar novas gerações na busca por um Brasil mais justo e igualitário.

Paraíso do Tuiuti disponibiliza acervo

A Escola de Samba Paraíso do Tuiuti agendou a retirada de seu acervo sobre João Cândido, para o próximo dia 17 de maio, às 15h, na Cidade do Samba. A informação foi confirmada pelo representante da agremiação, Frei Tata. O transporte do material será realizado por um caminhão especialmente contratado para a ocasião, garantindo a segurança e a integridade dos itens durante o traslado. A operação faz parte dos preparativos da escola para os próximos eventos do calendário carnavalesco.

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Débora Barroso

Jornalista comunitária e colaboradora da ComCausa.