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Audiência com empresa Águas do Rio em Nova Iguaçu: um mundo de reclamações

A Câmara Municipal de Nova Iguaçu, através da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor, realizou nesta quinta (13) uma audiência pública para tratar do assunto. E as reclamações de mal atendimento foram muitas.

A audiência foi motivada em razão das inúmeras denúncias que vem recebendo sobre o trabalho que a concessionária Águas do Rio, desde que assumiu, no lugar da Cedae, a distribuição de água e tratamento de esgoto na cidade de Nova Iguaçu. Desde a falta d’água em diversos bairros, com os moradores recebendo a conta todo mês, cobranças abusivas, que não condizem com o que é gasto, colocação de hidrômetro, também com cobrança, colocação de hidrômetro em residências onde não existe o fornecimento de água, calçadas e ruas quebradas por todo o município, até a inclusão do nome das pessoas no SPC/Serasa, por inadimplência, mesmo o morador não tendo o fornecimento regular do produto.

O presidente da Câmara, Eduardo Reina Gomes de Oliveira, Dudu Reina, e o presidente da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor Claudio Valdemir de Oliveira Marques, Claudio Haja Luz, conduziram a audiência, que, em muitos momentos, apresentou ânimos um pouco mais exaltados da assistência. “Poxa vida. Meu nome foi incluído no SPC. Nunca tive tubulação de água instalado em minha casa, sempre usei água de poço. Colocaram um hidrômetro lá, e a partir daí as contas não param de chegar. Como vou pagar por um serviço que não tenho?”, afirmou, indignado, senhor Ralph Carvalho, morador do bairro K11.

Representante da Águas do Rio, o diretor superintendente Luiz Fabbriani, apresentou relatório sobre as ações da empresa, como número de famílias já atendidas e a colocação de booster em alguns bairros com abastecimento não regular. Se comprometeu a resolver todos os problemas apresentados no encontro.

O vereador Haja Luz disse que no contrato assinado pela concessionária consta que o hidrômetro só pode ser colocado na calçada com a permissão do morador. “Está havendo quebra de acordo”, explicou. O vereador e sua equipe realizaram vasto estudo de campo e apresentaram um vídeo com diversas irregularidades e testemunho da própria população.

O presidente da CMNI, Dudu Reina, relatou os questionamentos que ouve dos moradores todos os dias. “A população precisa de água. Água é sinônimo de vida. Sou morador do Centro, próximo ao Morro do Cruzeiro. Ali a água não chega. Queremos uma data da concessionária para que este sofrimento acabe. Ou teremos que abrir uma CPI para investigar todas estas denúncias”, disse.

Soraia Panella, coordenadora de atendimento do Procon/RJ, esclareceu que não pode haver cobrança retroativa à instalação do hidrômetro, nem tampouco colocar hidrômetro nos poços artesianos, fatos que estariam acontecendo e foram relatados pelos presentes. Funcionários da Águas do Rio forçarem a entrada nas casas dos munícipes também é proibido.

Após mais de quatro horas de debates, os vereadores decidiram redigir um documento que será entregue à Águas do Rio. “Daqui a um mês iremos analisar como está realidade de nossa população”, disse Haja Luz. Ex-vereador da Câmara, o agora deputado estadual Carlinhos BNH, participou da mesa e colocou seu mandato à disposição para que todos os problemas sejam resolvidos. “Moro em Nova Iguaçu e minha família sofre com a falta d´água”.

Além Dudu e Haja Luz, estiveram presentes os vereadores Alexandre da Padaria, Vaguinho Neguinho, Dr. Marcio Guerreiro, Mauricio Morais, Alcemir Gomes, Maninho de Cabuçu, Claudinho da Kombi e Dr. Robertinho. Gilda Baltar, assessora institucional da Agenersa (Agência Reguladora de Energia e Saneamento) anotou todas as denúncias para averiguação pela Agência. Douglas Mucciolo, secretário municipal de Serviços Públicos, representou o prefeito Rogério Lisboa e participou da mesa que conduziu os trabalhos.

Pela concessionária, estiveram presentes, além de Fabbriani, Felipe Esteves, diretor-executivo, Aline Felix, gerente jurídica, Leonardo Canto, gerente de operações e José Moreira, gerente comercial. Entidades como a Ordem dos Advogados de Nova Iguaçu/Mesquita, representada por seu presidente Hilário Franklin, participaram do debate. Ângela Portugal, assessora de comunicação da Câmara de Vereadores de Belford Roxo, representou o presidente. A população lotou o plenário da CMNI e exigiu que a água chegue às suas moradias o mais rápido possível.

Fonte: Câmara Municipal de Nova Iguaçu

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Débora Barroso

Jornalista comunitária e colaboradora da ComCausa.