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Candido Portinari um dos Grandes Nomes do Modernismo Brasileiro

Candido Portinari, renomado pintor brasileiro que se destacou como uma das figuras proeminentes do movimento Modernista, deixou um impacto marcante no cenário artístico internacional. Nascido em Brodósqui, São Paulo, em 30 de dezembro de 1903, ele era filho de imigrantes italianos e desde cedo declarou um talento excepcional para as artes.

Sua jornada artística começou precocemente, aos seis anos de idade, quando começou a desenhar. Mesmo sem concluir o curso primário, sua paixão pelas artes o impulsionou a colaborar na restauração da Igreja de Brodósqui aos 14 anos. Mais tarde, aos 15 anos, ele se mudou para o Rio de Janeiro, matriculando-se no Liceu de Artes e Ofícios, mas logo sentiu a necessidade de retornar à sua cidade natal.

Aos 18 anos, voltou ao Rio de Janeiro para ingressar na Escola Nacional de Belas Artes, onde recebeu orientação de artistas renomados como Lucílio de Albuquerque e Rodolfo Amoedo, destacando-se em retratos. Sua jornada artística ganhou notoriedade quando, em 1921, vendeu a tela “Baile na Roça”, sua obra logo que chegou à cidade. No ano seguinte, suas habilidades foram reconhecidas com prêmios no Salão da Escola de Belas Artes.

Com o apoio do diretor da escola, Portinari teve a liberdade de escolher seus professores, o que o levou a interpretar o poeta Olegário Mariano em 1928, garantindo-lhe o Prêmio Viagem para o Exterior.

Essa oportunidade o levou a uma jornada pela Europa, residindo em Paris por um tempo e absorvendo as tendências vanguardistas da arte. Em 1930, casou-se com Maria Martinelli e, durante sua estada em Paris, produziu uma série limitada de obras, incluindo naturezas-mortas.

Ao retornar ao Rio de Janeiro em 1931, seu estilo artístico evoluiu rapidamente, abandonando as linhas clássicas e adotando a deformação das figuras como marca registrada. Sua participação em exposições individuais e em salões de arte ao longo da década de 1930 solidificou seu compromisso com temas sociais e sua busca por expressar a realidade brasileira.

Em 1935, sua obra “O Café” recebeu reconhecimento internacional na Exposição Internacional de Arte Moderna nos Estados Unidos, tornando-o o primeiro pintor modernista brasileiro premiado no exterior. O realismo em suas pinturas começou a abraçar temas monumentais, destacando a importância do trabalho e da relação entre homem e terra.

Seu legado artístico incluiu afrescos marcantes, como os do Monumento Rodoviário na estrada Rio-São Paulo (1936) e os no Ministério da Educação e Cultura (1936-1945), representando ciclos econômicos brasileiros.

Portinari desafiou as convenções com suas pinturas da Capela da Pampulha em Belo Horizonte (1944), enfrentando resistência da Igreja devido à intensidade expressionista de suas obras.

Sua série “Retirantes” (1946), expondo a condição esquálida e sofrida de personagens, foi exibida em Paris e ganhou reconhecimento no Museu de Arte Moderna.

O compromisso de Portinari com a representação da vida simples contínua, como evidenciado em “Mulher Junto ao Pilão” (1945) e outras obras que destacaram a nobreza do trabalho humilde.

Seu legado se estende por todo o Brasil, com murais como “Tiradentes” (1940) e “A Chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil” (1952), além dos painéis icônicos “Guerra e Paz” na sede da ONU em Nova Iorque, concluídos em 1956 após anos de estudo e dedicação.

Nos últimos anos de sua vida, ele continuou a evoluir artisticamente, inspirando-se na influência cubista para criar uma série de retratos, incluindo sua neta Denise.

Candido Portinari deixou um legado artístico duradouro, falecendo no Rio de Janeiro em 6 de fevereiro de 1962, vítima de intoxicação pelas tintas que utilizava em suas obras. Seu compromisso com a representação da realidade brasileira e sua contribuição para a cena artística internacional continuam a ser celebrados e admirados até os dias de hoje.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa