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Caso Eloáh Passos: Pai da menina levou o caixão nos ombros para enterra-la

O corpo da criança Eloáh Passos, com apenas 5 anos de idade, que perdeu a vida após ter sido atingida por um tiro de arma de fogo no Morro do Dendê, localizado na Ilha do Governador, foi sepultado às 13h desta segunda-feira (14), no Cemitério da Cacuia, também situado na Ilha.

Durante uma cerimônia fúnebre, parentes e amigos encontraram-se profundamente emocionados. O pai da pequena Eloáh, Gilgrês dos Santos da Silva, um ajudante de pedreiro, carregou o caixão da filha sozinho, demonstrando sua dor e pesar.

“O cara que tirou a vida da minha filha deve estar sentando no sofá, segurando o filho dele e lembrando que tirou a vida de uma pessoa. Quando ele dormir vai lembrar que tirou a vida de Eloáh. Mas Deus está olhando por ela”, disse.

Antônio Carlos Costa, o criador da organização não governamental Rio de Paz, marcou presença durante o funeral e percebeu que os familiares da criança têm o desejo de se reunir com o governador Cláudio Castro (PL) a fim de exigir medidas concretas na área de segurança pública.

“Se fosse na Vieira Souto, no Leblon, as pessoas já teriam agido. Até quando vamos ter essa política de extermínio? O Governo Federal precisa agir e definir uma política pública de segurança. Em apenas 1 ano e 8 meses, entre janeiro de 2022 e agosto de 2023, 14 crianças foram mortas por bala perdida no Estado do Rio de Janeiro. Meninos e meninas pobres. A maioria tendo vivido a desgraça da interrupção da sua vida como consequência de operação policial”, disse Costa.

“Se o país não para quando vê esses pequeninos, como o caso da Eloáh, dentro de casa, ser morta por ação do próprio estado, que tipo de democracia é essa que nós vivemos?”, criticou.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa