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Chico Mário o Virtuoso da Música Brasileira

Francisco Mário de Sousa, mais conhecido como Chico Mário, nasceu em Belo Horizonte em 22 de agosto de 1948 e faleceu no Rio de Janeiro em 14 de março de 1988. Renomado compositor e exímio violonista brasileiro, Chico Mário deixou um legado marcante tanto na composição quanto na execução musical. Ele era irmão do cartunista Henfil e do sociólogo Betinho, formando uma tríade de talentos reconhecidos em diferentes áreas.

Sua história pessoal foi influenciada pela herança da hemofilia, assim como seus irmãos Betinho e Henfil. A condição o levou a se dedicar intensamente ao violão, tornando-se seu refúgio durante os longos períodos de repouso. Chico e Henfil faleceram jovens, aos 39 e 43 anos, respectivamente, ambos vítimas do HIV, tal como Betinho, que veio a falecer aos 61 anos.

Nascido filho de Henrique José de Souza e Maria da Conceição, conhecida como Dona Maria, Chico Mário cresceu em meio a sete irmãos: Betinho, Henfil, Glorinha, Filó, Wanda, Tanda e Ziláh.

Chico Mário iniciou seus estudos musicais aos cinco anos de idade, concentrando-se no violão. Sua devoção ao instrumento cresceu ao longo do tempo, influenciada por sua vida religiosa. Ele aprimorou suas habilidades com Henrique Pinto e recebeu instruções de arranjo e harmonia de Roberto Gnattali, que trabalhou nos arranjos do seu primeiro show, “Ouro Preto”. Em 1978, mudou-se para o Rio de Janeiro e, no ano seguinte, seu primeiro disco, “Terra”, foi gravado no México, contando com a participação de renomados artistas brasileiros.

Além de sua carreira musical, Chico Mário criou o Método Musical por Cores para as Crianças, destacando-se por integrar artes dramáticas e músicas folclóricas brasileiras. Essa metodologia foi adotada por diversas escolas em São Paulo, incluindo histórias infantis adaptadas para seu método musical, bem como técnicas de dinâmica de grupo.

Envolvendo-se ativamente na produção fonográfica independente no Brasil, Chico Mário foi eleito vice-presidente da Associação de Produtores Independentes Record (APID). Seu álbum “Revolta dos Palhaços” foi gravado de forma independente em 1980, contando com a participação de vários músicos e colaboradores renomados.

Ao longo de sua carreira, Chico Mário lançou diversas obras musicais marcantes, incluindo “Conversa de Cordas, Couros, Palhetas e Metais”, considerado o melhor álbum de música instrumental brasileira de 1983 e premiado com o Troféu Chiquinha Gonzaga.

No auge de sua carreira, enfrentou a triste notícia de ter contraído o vírus HIV, como seus irmãos Betinho e Henfil. Em seus últimos dias, refugiou-se na fazenda da família em Itatiaia, onde compôs suas últimas obras. Seu derradeiro espetáculo ocorreu em novembro, no Projeto Suite Brasil, no Parque da Catacumba, no Rio de Janeiro.

Após seu falecimento em março de 1988, sua viúva e produtora Nívia Souza, juntamente com seus filhos, lançaram póstumamente suas músicas, apresentando ao público um legado musical significativo. A trajetória de Chico Mário foi celebrada em diversos eventos e lançamentos de álbuns, mantendo viva a memória e a influência desse virtuoso da música brasileira.

Seu legado musical continua vivo até os dias atuais, sendo suas músicas relançadas e celebradas em diferentes exposições, eventos e reedições de álbuns, mantendo viva a memória e a influência desse virtuoso da música brasileira.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa