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Dalva de Oliveira o “Rouxinol do Brasil”

Vicentina de Paula Oliveira, conhecida como Dalva de Oliveira, nasceu no dia 05 de maio de 1917, foi uma cantora brasileira que fez sucesso nos anos 30, 40 e 50. Com uma extensão vocal que ia do contralto ao soprano, recebeu o apelido de “Rouxinol do Brasil”.

Filha mais velha de Mário de Oliveira, um carpinteiro, e da portuguesa Alice do Espírito Santo. Seu pai que era músico nas horas vagas, tocava clarinete e organizava serenatas com seus amigos músicos. Com oito anos Dalva ficou órfã de pai e em busca de trabalho, sua mãe mudou-se para São Paulo levando as quatro filhas. Em São Paulo, trabalhou como governanta e colocou as filhas em um internato.

Em 1934, a família se muda para o Rio de Janeiro. Dalva passa a frequentar o Cine Pátria onde conhece e logo inicia um namoro com Herivelto Martins, que trabalhava ao lado de Francisco Sena formando o dueto Preto e Branco. Dalva ingressa no grupo e passam a se apresentar como “Dalva de Oliveira e Dupla Preto e Branco”. Em 1936, Francisco morre sendo substituído por Nilo Chagas. Em 1937 lançam “O Trio de Ouro”, nome dado por César Ladeira. Nesse mesmo ano, Dalva e Herivelto se casam. Dessa união nasceu, Peri, que se tornou um grande cantor conhecido como “Pery Ribeiro” e Ubiratan.

Com o trio, Dalva gravou diversas músicas de sucesso, entre elas: “Ceci e Peri”, “Batuque no Morro”, “Adeus Estácio”, “Lamento Negro” e “Lá na Mangueira”. Em 1947, com a separação do casal, o trio se desfez. Era o início de uma longa batalha judicial pela guarda dos filhos, que acabaram sendo levados para um internato. Em 1950, Dalva retomou a carreira solo e em 1951 lançou as músicas “Tudo Acabado”, “Olhos Verdes” e “Ave Maria do Morro”. Em 1952 recebeu o título de “Rainha do Rádio”.

Ainda em 1952, em uma excursão a Buenos Aires, Dalva conheceu o ator Tito Climent, que se tornou seu empresário e mais tarde seu segundo marido. Morando em Buenos Aires, o casal adotou Dalva Lúcia Oliveira Climent. Em 1963 o casal se separa e Dalva retorna ao Brasil, perde a guarda da filha e passa a morar sozinha em seu casarão no Rio de Janeiro. Todos os anos, ela dava um tempo em sua agenda e recebia seus filhos na sua casa durante as férias escolares do mês de janeiro.

Para compensar a tristeza, passou a beber e fumar compulsivamente. Neste período, teve alguns namorados, como cantores e atores, mas eram relacionamentos sem compromisso, que duravam geralmente uma noite ou poucos meses, pois não queria se apegar a ninguém

Em 1965, Dalva sofreu um grave acidente automobilístico, ao lado de seu namorado, Manuel Nuno, modesto rapaz, vinte anos mais jovem que ela, sendo obrigada a dar um tempo na carreira. No fim dos anos 60, Dalva se casa com Manuel e comemora com uma festa em sua mansão. Dalva de Oliveira, que fez grande sucesso com as músicas “Bandeira Branca”, “Ave Maria do Morro”, “Tudo Acabado”, “Errei Sim”, “Hino ao Amor”, “Estão Voltando as Flores”, entre outras, foi considerada uma das maiores vozes da música brasileira.

Dalva ficou em coma durante alguns dias, teve afundamento no maxilar esquerdo, bacia fraturada e ficou com uma marca na bochecha que apesar de fazer várias cirurgias, não foi possível voltar suas feições anteriores. Manuel, pensando que Dalva havia morrido, disse que Dalva era quem dirigia, mas ao saber que ela estava bem, acabou confessando que estava realmente dirigindo o carro. Dalva se desesperou ao saber que havia morrido quatro pessoas, tendo que arcar com as indenizações aos familiares das vítimas, assim acumulando dívidas que foram dizimando seu patrimônio pouco a pouco.

Três dias antes de morrer, Dalva pressentiu o fim e, pela primeira vez, em sua longa agonia de quase três meses, lutando pela vida, falou da morte. Ela tinha um recado para sua melhor amiga, a cantora Dora Lopes, que a acompanhou ao hospital: “Quero ser vestida e maquiada, como o povo se acostumou a me ver. Todos vão parar para me ver passando!”. Morreu em 30 de agosto de 1972 na casa de saúde Arnaldo de Morais em Copacabana na presença de seus filhos, Pery Ribeiro, Bily e Gigi. Vítima de uma hemorragia interna causada por um câncer esofágico. Seu corpo está enterrado no Cemitério Jardim da Saudade na Cidade do Rio de Janeiro.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa