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Memória: Maior catástrofe climática e geotécnica do Brasil

Há treze anos, o Brasil vivenciou sua maior catástrofe climática e geotécnica, quando uma série de eventos desencadeados por intensas chuvas resultaram em enchentes e deslizamentos, afetando uma área estimada de 2.300 km² e atingindo mais de 713.000 habitantes. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alertou para o potencial desastre ainda na tarde do dia 11 de janeiro de 2011, emitindo um aviso meteorológico especial ao governo estadual por volta de 16h20.

Os municípios de Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis, Bom Jardim, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro e Areal foram duramente atingidos, enfrentando inundações e deslizamentos que deixaram um rastro de destruição. Os números oficiais indicam que quase 1300 pessoas perderam a vida, e cerca de 30 mil ficaram desabrigadas, tornando-se o maior desastre socioambiental natural já registrado no Brasil.

Quase dois anos após a tragédia, em agosto de 2012, a organização não governamental ComCausa uniu forças com o Governo Federal em uma tarefa árdua para localizar quase 200 desaparecidos. Os Centros de Referência de Direitos Humanos da ComCausa na Baixada Fluminense, o CDDH de Petrópolis e o IEC de Juiz de Fora lideraram pesquisas e buscas incansáveis.

Apesar dos esforços, ainda restam quase 100 pessoas não identificadas, de acordo com dados do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (PLID). No entanto, a comunidade local afirma que o número real de mortos e desaparecidos pode ser significativamente maior, destacando uma lacuna persistente entre as estatísticas oficiais e a experiência vivida pelos afetados.

O episódio de 2011 deixou cicatrizes profundas na região, e até hoje as comunidades continuam a reivindicar uma atenção contínua para garantir que as vítimas sejam devidamente reconhecidas e que medidas preventivas eficazes sejam implementadas para evitar tragédias semelhantes no futuro. A memória dessa catástrofe serve como um lembrete doloroso da vulnerabilidade das comunidades diante das forças da natureza e da necessidade de investimentos contínuos em prevenção e resposta a desastres.

 

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa

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