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Dia da Fundação da escola de samba Beija-Flor

No longínquo dia 25 de dezembro de 1948, em meio às celebrações natalinas na interseção da Avenida Mirandela com a Rua João Pessoa, no Centro de Nilópolis, um grupo de amigos visionários concebeu um projeto que ultrapassaria fronteiras: o Bloco Associação Carnavalesca Beija-Flor. A ideia surgiu como resposta à extinção dos blocos Irineu Perna-de-Pau e dos Teixeiras, preenchendo um vácuo carnavalesco na região.

Milton de Oliveira, mais conhecido como Negão da Cuíca, Edson Vieira Rodrigues, o Edinho do Ferro Velho, Valentim Lemos, Helles Ferreira da Silva, Hamilton Floriano, José Fernandes da Silva, e os irmãos Mário Silva e Walter da Silva foram os mentores desse empreendimento que, posteriormente, evoluiria para uma escola de samba renomada.

A reunião inaugural do Bloco ocorreu no prestigioso Grêmio Teatral de Nilópolis. Negão da Cuíca foi eleito presidente e Edinho do Ferro Velho assumiu o cargo de secretário. Nesse encontro, decidiram-se o nome, as cores, o símbolo e a madrinha da agremiação.

O bloco não tardou a se destacar: já em 1949, seu ano inaugural de desfile, sagrou-se campeão municipal, mantendo esse título até 1953, último ano em que desfilou como bloco. Durante esse período, o Bloco do Centenário foi um dos rivais da Beija-Flor, chegando até mesmo a Anísio Abraão David, conhecido como Anísio, presidente do Bloco do Centenário, desligar a iluminação durante um desfile da Beija-Flor, conforme relatado por antigos integrantes da escola.

Entretanto, a transformação estava no horizonte. Em 1953, impulsionado pelo compositor Cabana, iniciaram-se as tratativas para metamorfosear o bloco em uma escola de samba. Inscreveram-se na Confederação Brasileira de Escolas de Samba para participar dos desfiles do segundo grupo carioca, onde conquistaram a primeira posição.

José Rodrigues Sennas, ex-militar e morador local, foi escolhido como o primeiro presidente da escola de samba após essa transição. A trajetória da Beija-Flor foi marcada por altos e baixos nas competições, incluindo rebaixamentos, até 1976, quando, sob a administração de Nelson, irmão de Anísio, conquistaram seu primeiro título.

A partir de então, Anísio assumiu um papel proeminente na escola, tornando-se patrono e presidente de honra. Sua influência crescente moldou a direção e as decisões estratégicas da Beija-Flor, consolidando seu papel como um dos grandes ícones do Carnaval brasileiro.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa