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Dia Estadual da Mulher Roqueira

A celebração será realizada anualmente em 31 de dezembro, marcando o aniversário de Rita Lee. No Rio de Janeiro, foi instituído o Dia Estadual da Mulher Roqueira nessa data específica, em homenagem a Rita Lee, que faleceu em 9 de maio aos 75 anos de idade.

Mulher roqueira refere-se a uma mulher que está envolvida na cultura do rock, seja como fã, musicista, compositora ou em qualquer outra capacidade dentro desse gênero musical. É alguém que se identifica com os valores, a música e o estilo de vida associado ao rock ‘n’ roll. As mulheres roqueiras desempenham um papel significativo na história e na evolução do rock, contribuindo com talento, energia e criatividade para a cena musical.

O rock brasileiro tem sido enriquecido ao longo dos anos por diversas cantoras talentosas que deixaram suas marcas na música. Algumas das maiores cantoras de rock brasileiro incluem:

  1. Rita Lee: Reconhecida como uma das figuras mais importantes da música brasileira, foi integrante dos Mutantes e depois de sequências na carreira solo, deixando um legado significativo no rock nacional.
  2. Cássia Eller: Conhecida por sua voz potente e interpretações marcantes, Cássia Eller era versátil, misturando rock, MPB e outros estilos em sua música.
  3. Pitty: Com sua atitude rock ‘n’ roll e letras impactantes, Pitty se destaca na cena contemporânea do rock brasileiro.
  4. Baby do Brasil (Baby Consuelo): Integrante dos Novos Baianos e posteriormente liderando carreira solo, Baby do Brasil é uma figura emblemática na história do rock brasileiro.
  5. Marina Lima: Com uma carreira que abrange rock, pop e outros estilos, Marina Lima é conhecida por sua voz marcante e suas composições influentes.

Esses artistas deixaram suas marcas na história do rock brasileiro, contribuindo com sua música, personalidade e influência para a cena musical do país.

Rita Lee a Rainha do Rock

Rita Lee, uma renomada cantora e compositora natural de São Paulo, deixou um legado indelével como a inigualável “rainha do rock brasileiro”. Reconhecida como uma fervorosa defensora dos direitos das mulheres, ela se destacou como uma das pioneiras a empunhar uma guitarra em palcos musicais.

Com seus característicos cabelos lisos, franja marcante e tonalidade vermelha vibrante, um artista ascendeu à fama nacional durante sua participação marcante no grupo Os Mutantes, nos emblemáticos períodos das décadas de 1960 e 1970.

Nascida como Rita Lee Jones de Carvalho no dia 31 de dezembro de 1947, na metrópole de São Paulo (SP), a cantora é a caçula de Romilda Padula e Charles Fenley Jones, ambos com ascendência italiana e norte-americana, respectivamente. Integrantes de sua família, suas irmãs Mary e Virgínia também adotaram o sobrenome Lee, uma homenagem feita por seu pai a um general, embora não oficialmente seu.

Criada em uma família de classe média na pitoresca Vila Mariana, bairro paulistano, Rita Lee frequentou o renomado Liceu Pasteur em sua juventude. Desde cedo demonstraram habilidades poliglotas, dominando idiomas como inglês, italiano, espanhol e francês.

A música surgiu como uma paixão precoce durante sua adolescência, quando, além das aulas de piano, começou a compor suas primeiras canções. Admiradora de ícones do rock internacional, como The Beatles e Rolling Stones, Rita Lee também se encantou com renomados cantores brasileiros, incluindo Cauby Peixoto e o pioneiro da bossa nova, João Gilberto.

Apesar de ter ingressado no curso de Comunicação Social na Universidade de São Paulo (USP), a paixão pela música prevaleceu sobre os estudos acadêmicos, levando-a a abandonar a instituição para se dedicar completamente à sua arte.

O casamento com Arnaldo Baptista, seu parceiro musical em Os Mutantes, marcou um período significativo em sua vida. Posteriormente, em 1976, passou a compartilhar a vida com Roberto de Carvalho, guitarrista e também seu parceiro musical. A união civil apenas se concretizou em 1996, mantendo-se juntos até o seu falecimento em maio de 2023.

Mãe de três filhos – João, Antônio e Beto, este último também guitarrista – e avó de Izabella e Arthur, Rita Lee não apenas influenciou o cenário musical brasileiro como se destacou por suas convicções, sendo uma defensora fervorosa dos direitos das mulheres e dos animais , adotando o veganismo como estilo de vida.

Em 2012, Rita anunciou sua aposentadoria dos palcos devido a problemas de saúde, mas nunca deixou de expressar seu amor pela música. A batalha contra o câncer de pulmão, revelada em 2021, foi vencida, mas infelizmente, em maio de 2023, a cantora faleceu em sua residência em São Paulo, cercada por seus entes queridos.

Sua contribuição à música brasileira foi monumental, não apenas por sua habilidade vocal e composições marcantes, mas também por ser uma das primeiras mulheres a desbravar o território da guitarra nos palcos. Sua imagem icônica, com cabelos lisos, franja vibrante e vermelha, permanecerá eternamente associada à sua lenda como a inigualável “rainha do rock brasileiro”.

Legado Musical e Trajetória Artística

Rita Lee ascendeu à fama como membro do grupo revolucionário Os Mutantes, entre 1966 e 1972, imortalizando-se como musa do rock psicodélico e integrando-se ao movimento Tropicália. Após sua saída, fundou a banda Tutti Frutti em 1973, período em que consolidou seu reinado no rock brasileiro.

Suas composições, variando entre rock e MPB, marcaram época e ecoam até os dias de hoje. Hits como “Lança Perfume”, “Ovelha Negra”, “Banho de Espuma” e “Doce Vampiro” são apenas alguns exemplos de seu legado musical duradouro.

A influência de Rita Lee ultrapassa as fronteiras do tempo, seu nome permanece como uma lenda da música brasileira, uma pioneira que desafiou paradigmas e deixou uma marca indelével na história do rock nacional.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa