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Dia Mundial do Solo

No calendário global, o dia 5 de dezembro é designado como o Dia Mundial do Solo, uma data marcada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Neste dia, diversas sessões são conduzidas, abordando questões fundamentais relacionadas ao solo, suas ameaças e a importância da conservação. Nestes encontros, a atenção se volta para os impactos preocupantes da negligência na preservação do solo e como isso afeta a sociedade como um todo.

A Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS) desempenha um papel crucial na organização de eventos científicos e na divulgação de pesquisas sobre o solo no Brasil, através da Revista Brasileira de Ciência do Solo (RBCS) e do Boletim Informativo. Ela desvenda resultados e ações que promovem ciência, tecnologia e inovação, disponibilizando essas descobertas para os envolvidos na agricultura nacional. Grande parte desses estudos direciona-se à preservação do solo, água e à sustentabilidade ambiental. Além disso, a SBCS influencia politicamente para conscientizar a sociedade sobre a relevância ambiental do solo e da água, instigando a implementação de ações de governança que incluam a conservação desse recurso valioso para o país.

No entanto, a preocupação geral da população com as consequências da exploração predatória do solo pelo ser humano é bastante limitada. O foco majoritário recai sobre questões climáticas e seus efeitos na água, temas amplamente divulgados pela mídia nacional. Infelizmente, a consciência coletiva não reconhece o solo como o recurso primordial que sustenta a vida na Terra, e isso se deve, em parte, à falta de cobertura midiática sobre o assunto.

O solo é a base essencial para a produção de alimentos, fibras, energia renovável e outros bens vitais para humanos e animais. É ele que sustenta toda a vida vegetal e animal graças às suas funções primárias. Além disso, serve como alicerce para construções urbanas e rurais, mantém a biodiversidade, regula ciclos biogeoquímicos, atua como depósito e filtro para a água, entre outros benefícios. Apesar dessas contribuições inestimáveis, o solo continua sendo maltratado pelos seres humanos, responsáveis tanto pelo seu uso quanto pela sua preservação.

No Brasil, a erosão causa a perda de milhões de toneladas de solo anualmente. Globalmente, bilhões de toneladas são perdidas a cada ano, incluindo diversas áreas de cultivo. O solo perdido acaba assoreando fontes de água, impactando gravemente os ecossistemas. É crucial ressaltar que a perda de solo ocorre principalmente através da água, acarretando inundações e seus desdobramentos. Como esse solo carrega uma carga de poluentes variados provenientes de áreas agrícolas, a contaminação ambiental é inevitável, levando à eutrofização e comprometendo a vida aquática.

O solo, que reveste a superfície terrestre, é um sistema vivo. Contudo, se comparado à escala temporal da existência humana, é considerado um recurso não renovável, uma vez que sua formação ocorre em um ritmo muito lento e não perceptível durante uma vida humana. Assim, os mais de 7,2 bilhões de habitantes do planeta dependem de uma oferta de solo cada vez mais escassa devido à degradação causada pela intensa exploração.

A celebração do Dia Mundial do Solo em 5 de dezembro é plenamente justificável pela importância vital desse recurso. Entretanto, é crucial que essa conscientização seja um esforço contínuo durante os 365 dias do ano. Portanto, é de extrema importância que a sociedade como um todo, incluindo governos, gestores ambientais, professores, especialmente nas escolas, e principalmente os cidadãos, adotem práticas diárias de conservação do solo.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa