Campanhas

Um ano sem Erasmo Carlos pioneiro do rock no Brasil e símbolo da Jovem Guarda

O cantor e compositor Erasmo Carlos, ícone da Jovem Guarda, morreu no dia 22 de novembro de 2022, no Hospital Barra D’or, na Barra da Tijuca.

Erasmo havia sido internado no início deste mês com quadro de edema e após nove dias recebeu alta. Na manhã de terça-feira (21) foi novamente internado às pressas e acabou não resistindo. A causa da morte não foi divulgada.

Erasmo Carlos foi um cantor, compositor, ator, músico, multi-instrumentista e escritor brasileiro. Um dos pioneiros do rock brasileiro, nos anos 60 fez parceria com o cantor e compositor Roberto Carlos, os dois compuseram várias músicas juntos, que gravavam em seus discos em carreira solo.

Roberto, Wanderléia e Erasmo formaram o trio Ternurinha, apresentavam o programa de rádio Jovem Guarda. Nele recebeu o apelido de Tremendão, pois seu jeito lembrava muito o de Elvis Presley, na qual nutria grande admiração. Seus maiores sucessos como cantor foram “Gatinha Manhosa” e “Festa de Arromba”.

As músicas de Erasmo tinham grande influência do rock e da bossa nova.

O Brasil viu nascer e brilhar um dos seus mais renomados artistas na figura de Erasmo Carlos (1941-2022). Reconhecido como um dos expoentes da música brasileira, sua trajetória começou a se desenhar nos vibrantes anos 60, durante a efervescência da Jovem Guarda, ao lado de grandes nomes como Roberto Carlos e Wanderléa. Erasmo foi um dos pioneiros do rock nacional e deixou um legado significativo no cenário musical do país.

Nascido Erasmo Esteves, em 5 de junho de 1941, no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, sua vida foi marcada por uma infância ao lado da mãe, tendo conhecido o pai somente aos 23 anos.

Seu envolvimento com a música começou cedo, compartilhando paixão pelo rock ao lado do cantor Tim Maia. O encontro com o apresentador e empresário Carlos Imperial marcou um ponto de virada em sua vida, sendo convidado para trabalhar como seu secretário e morando em sua residência por um período.

A afinidade com Roberto Carlos já era notável nessa época. Quando o cantor faltou a um show, Erasmo surpreendeu a todos substituindo-o por quinze dias. Em 1958, após o desmantelamento da banda The Sputniks, Erasmo foi convidado a integrar um novo grupo vocal, posteriormente denominado “The Snakes”, cuja jornada foi marcada por apresentações em programas e a gravação de discos.

Sua saída do grupo em 1963 marcou o início de uma nova fase ao ingressar no conjunto “Renato e Seus Blue Caps”, mas foi em 1965 que sua carreira deu um salto com o programa Jovem Guarda, na TV Record, ao lado de Roberto Carlos e Wanderléa. Este programa não apenas foi um marco na televisão, mas também consagrou um movimento musical que revolucionou comportamentos e introduziu o rock no Brasil.

A carreira solo de Erasmo decolou com o lançamento do primeiro disco em 1965, trazendo hits como “Festa de Arromba” e “Minha Fama de Mau”. Ao longo dos anos, ele emplacou diversos sucessos, incluindo “Vem Quente Que Eu Estou Fervendo” (1967), “Sentado à Beira do Caminho” (1980), “É Preciso Saber Viver” (1996) e outros.

A parceria musical com Roberto Carlos gerou mais de duzentas músicas, incluindo clássicos como “Splish Splash” (1963), “Quero Que Vá Tudo Pro Inferno” (1965), “Detalhes” (1971), “Emoções” (1981), entre outros, consolidando uma das mais influentes parcerias da música brasileira.

Além do sucesso nos palcos, Erasmo teve sua vida pessoal marcada por momentos intensos, como o casamento, a perda da esposa Narinha em 1995 e posterior casamento com Fernanda Passos em 2009. O artista enfrentou também a perda do filho Alexandre em um acidente de moto em 2014, além de enfrentar desafios de saúde nos últimos anos de sua vida.

Com uma discografia rica e diversificada, Erasmo deixou um legado eterno na música brasileira. Sua jornada musical, repleta de sucessos, parcerias memoráveis e uma influência marcante, transcendeu décadas, conquistando o coração do público e tornando-se parte intrínseca da cultura musical do Brasil. A sua partida em novembro de 2022 deixou um vazio na cena musical brasileira, mas seu legado perdurará para sempre na memória e no coração dos fãs.

| Editoria Virtuo Comunicação

| Projeto Comunicando ComCausa

| Portal C3 | Instagram C3 Oficial

João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa