Nova Iguaçu

Homem apontado pelo estupro da jovem diz que passaram dos limites com a “brincadeira”

Um homem de 22 anos, acusado por uma adolescente de 15 anos de estupro, tentou justificar suas ações em um vídeo postado nas redes sociais. No vídeo, ele descreve o ato como “uma brincadeira” e admite que o grupo “passou dos limites”. Ele alega que não foi o único envolvido no ato, que foi registrado e compartilhado.

A vítima, que só soube do abuso após as imagens serem divulgadas na internet, está recebendo acompanhamento psicológico fornecido pela prefeitura de Nova Iguaçu. O crime ocorreu na casa de uma amiga da jovem na última sexta-feira (3).

O caso foi inicialmente registrado na 58ª DP (Posse), mas devido a várias irregularidades – incluindo um atraso de três dias no registro do caso e a condução da menor para uma diligência sem a presença de um adulto – a investigação foi transferida para a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Nova Iguaçu. A investigação agora será liderada por uma delegada.

Após prestar depoimento, a menor foi levada em uma viatura apenas com homens até a casa de uma amiga, onde o abuso teria ocorrido. Em seguida, a vítima e os investigadores foram até a casa dos supostos autores. Três menores foram levados para a delegacia sem a presença de responsáveis ou advogados.

Um laudo médico do Hospital da Posse confirmou a violência sexual contra a menina. A Polícia Civil, questionada sobre o procedimento, afirmou que ele não está de acordo com as orientações para atendimento ao público, especialmente quando se trata de uma vítima menor de idade. Um procedimento interno será instaurado para apurar a conduta dos agentes envolvidos no caso.

O criminalista Wallace Martins argumenta que o depoimento é nulo, pois a menor não foi ouvida na presença dos pais ou de um advogado contratado. Ele afirma que a defesa deve alegar a nulidade assim que tiver a primeira oportunidade de se manifestar, caso contrário, o processo continuará com essa falha contra a defesa.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa