Baixada Fluminense

Caso Heloísa: Três agentes da Polícia Rodoviária Federal são denunciados pelo MPF por morte

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) pela morte de Heloísa dos Santos Silva, uma menina de 3 anos. Heloísa foi atingida por um tiro na cabeça durante uma abordagem policial no Arco Metropolitano, em Seropédica, no dia 7 de setembro, e faleceu nove dias depois, no dia 16 de setembro, após permanecer internada.

Os agentes Fabiano Menacho Ferreira, Matheus Domicioli Soares Viégas Pinheiro e Wesley Santos da Silva foram acusados de homicídio qualificado, tentativa de homicídio (contra os pais, a irmã e a tia da menina, que também estavam no veículo) e fraude processual. O procurador Eduardo Benones, que ofereceu a denúncia, afirmou que as evidências indicam que a morte de Heloísa “foi causada pelas lesões provocadas em seu corpo pelos projéteis de arma de fogo de longo alcance disparados pelos policiais”.

O MPF solicitou novamente a prisão preventiva dos três policiais. Dez dias após o crime, a Justiça Federal negou o pedido de prisão, mas a 1ª Vara Criminal Federal determinou que eles usem tornozeleira eletrônica e permaneçam afastados das funções.

As investigações revelaram que os policiais dispararam contra o carro da família da menina, mesmo o pai da vítima tendo acionado a seta e se dirigido para o acostamento. Os peritos confirmaram que os tiros de fuzil foram disparados a cerca de 30 metros de distância.

No primeiro depoimento dos policiais à Polícia Civil, o agente Fabiano Menacho Ferreira admitiu ter feito os disparos de fuzil que atingiram a menina. Ele disse que os policiais se concentraram no veículo Peugeot 207, cuja placa indicava que o carro era roubado.

Eles seguiram o veículo, ligaram o giroflex e acionaram a sirene para que o condutor parasse. Relataram ainda que, depois de cerca de 10 segundos atrás do veículo, ouviram um som de disparo de arma de fogo e se abaixaram dentro da viatura. Fabiano Menacho disse que, então, disparou três vezes com o fuzil na direção do Peugeot porque a situação o fez supor que o disparo que ouviu veio do veículo da família de Heloísa. Os outros agentes, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva, confirmaram a versão do colega.

Desde o primeiro momento, a família afirmou que o tiro partiu de uma viatura da PRF. A mãe de Heloísa disse que eles não sabiam que tinham comprado um carro roubado. O pai da menina, que estava dirigindo o carro, afirmou que os policiais não sinalizaram para que ele parasse o veículo.

A PRF e o MPF ainda investigam o agente da PRF que esteve à paisana no hospital quando a menina estava internada. Imagens de câmeras de segurança da unidade mostraram o policial circulando pelo corredor do hospital.

Relembre o caso:

Menina de 3 anos é baleada durante abordagem da PRF na Baixada Fluminense

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa