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João Donato ícone da MPB morre aos 88 anos

A família do músico confirmou a informação sobre o falecimento do pianista, acordeonista, arranjador, cantor e compositor João Donato. Ele nasceu em 1934 em Rio Branco, no Acre, e veio a óbito na madrugada desta segunda-feira (17) no Rio de Janeiro. A família do músico confirmou a notícia.

Segundo as redes sociais de João Donato, “hoje o céu dos compositores amanheceu mais feliz: João Donato foi para lá tocar suas lindas melodias”. Sua alegria e acordes agora serão eternos em todo o universo.

O velório do compositor será nesta terça-feira (18) no Theatro Municipal, em horário a ser confirmado, e em seguida o corpo será cremado no Memorial do Carmo. João Donato faleceu devido a complicações de saúde, incluindo uma recente infecção pulmonar que o levou a ser internado com pneumonia na Casa de Saúde São José. Ele estava intubado desde a semana anterior.

Com uma carreira de 74 anos, João Donato era conhecido por sua criatividade e pela fusão de diversos gêneros musicais. Mesmo durante a pandemia da Covid-19, ele não parou de trabalhar e participou do lançamento digital do álbum “Jazz is Dead” em colaboração com músicos de Los Angeles.

João Donato nasceu em 1934 em Rio Branco, no Acre. Desde cedo, ele mostrou talento e inovação. Na infância, brincava de música com flautinhas de bambu e panelas. Mais tarde, recebeu um acordeão de presente e, posteriormente, um instrumento maior.

Em 1945, mudou-se com sua família para o Rio de Janeiro, onde começou a tocar em festas escolares. Lá, ele participou do grupo Namorados da Lua e fez amizade com Lúcio Alves, Nanai e Chicão.

Em 1949, João Donato iniciou sua carreira profissional como integrante do grupo Altamiro Carrilho e Seu Regional. Dois anos depois, começou a estudar piano e, em 1953, formou seu próprio grupo, Donato e Seu Conjunto, além de fazer parte do grupo Os Namorados. Em 1956, ele se mudou para São Paulo, onde trabalhou como pianista no conjunto Os Copacabanas e na Orquestra de Luís Cesar, e gravou seu primeiro LP, “Chá dançante”, produzido por Tom Jobim.

Em 1958, João Donato sofreu ao Rio de Janeiro e concentrou-se no piano. No ano seguinte, inspirada para o México com Nanai e Elizeth Cardoso e depois mudou-se para os Estados Unidos, onde viveu por três anos. Durante esse tempo, ele trabalhou com Carl Tjader, Johnny Martinez, Tito Puente e Mongo Santa Maria, e excursionou com João Gilberto pela Europa. Em 1962, ele voltou ao Brasil, casado com a atriz norte-americana Patricia del Sasser.

Em 1963, João Donato sofreu aos Estados Unidos, onde viveu por mais dez anos. Durante sua carreira, ele colaborou com artistas como Astrud Gilberto, Dorival Caymmi, Tom Jobim, Eumir Deodato, Stan Kenton, Nelson Riddle, Herbie Mann e Wes Montgomery. Suas músicas “Amazonas”, na gravação de Chris Montez, e “A rã” e “Caranguejo”, gravadas por Sérgio Mendes, fizeram grande sucesso.

Além de suas habilidades como músico, João Donato também se destacou como arranjador, trabalhando em projetos como os CDs “O homem de Aquarius”, de Tom Jobim, e “Minha saudade”, de Lisa Ono, além de discos de Fagner, Gal Costa e Martinho da Vila.

Ao longo de sua carreira, João Donato recebeu diversos prêmios, incluindo o Prêmio Shell de Música em 2000 pelo conjunto da obra, o Prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) em 2003, e o Prêmio Tim pelo disco “Emílio Santiago encontra João Donato “em 2004.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa